26 de dez. de 2010

Retrospectiva 2010: Como todos estão conectados: Tiririca -> Dilma -> Elias Maluco -> Capitão Nascimento -> Tiririca

Desde a criação do blog Network-4-Sales há poucos meses, já abordei os mais diversos temas, tais como política, cinema, crime organizado, etc. Nesses artigos sempre enfatizei como as pessoas estão conectadas entre si. Nesse artigo o desafio é fazer uma retrospectiva mostrando como todos esses temas também estão conectados entre eles. Para demonstrar isso, escolhi alguns personagens que se destacaram ao longo de 2010. Aqui você vai saber como o palhaço Tiririca está ligado à Presidente eleita Dilma Roussef; como esta pode ser ligada ao traficante Elias Maluco; como este ao Capitão Nascimento do BOPE e como este último se conecta novamente com Tiririca.

Começamos com Tiririca, o Deputado Federal eleito com maior número de votos nas últimas eleições. No artigo publicado aqui neste blog no dia 05/10 (O que está por trás do fenômeno Tiririca?) é explicado como funciona o chamado networking político. O candidato recebeu mais de 1,3 milhão de votos e, graças ao quociente eleitoral, levou para a Câmara dos Deputados outros três candidatos que faziam parte da coligação liderada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) com vários partidos nanicos.

Agora que você já sabe como o partido fundado pelo Presidente Lula usou essas manobras políticas para fortalecer sua base aliada, fica fácil entender como Tiririca está conectado à Presidente eleita Dilma Roussef. No artigo do dia 26/10 (Você já escolheu em quem votar para Presidente?) existe uma ilustração que mostra vários personagens do cenário político nacional e internacional que estão ligados ao presidente atual e à sua sucessora. O Deputado mais votado do país, claro, também está lá.

Assim como a presidente eleita Dilma, muitos dos seus aliados foram presos na luta contra a ditadura militar. Em 1979, alguns presos políticos da ditadura formaram a Falange Vermelha enquanto estavam encarceirados no presídio da Ilha Grande em Angra dos Reis/RJ. A Falange Vermelha foi a responsável pela criação do Comando Vermelho, uma das organizações criminosas mais poderosas do Rio de Janeiro. Entre os integrantes mais conhecidos desta facção estão Fernandinho Beira-Mar, Marcinho VP e Elias Maluco.

Elias Maluco é considerado ainda hoje um dos maiores traficantes de drogas e armas do Rio de Janeiro e do Brasil. Ele recebeu esse apelido pela crueldade com que assassinava seus desafetos. Ele é o principal acusado de seqüestrar, torturar e assassinar o jornalista Tim Lopes da Rede Globo. Antes de ser preso, Elias Maluco comandava o tráfico nas favelas do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro, ambas invadidas recentemente pelo Batalhão de Operações Especiais – o BOPE. Nessa mega-operação conjunta com as Forças Armadas, o BOPE prendeu, entre vários criminosos, a esposa de Elias Maluco e o traficante Elizeu Felício de Souza, o Zeu, seu braço-direito.

No artigo publicado em 19/10 (Você já assistiu ao filme Tropa de Elite 2?) essa ligação entre criminosos e políticos é abordada usando como referência a sequência do filme do diretor José Padilha. Em ‘Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro’ é mostrada de forma clara como funciona networking do crime, a estrutura de poder chamada de “o Sistema”. O Capitão Nascimento, agora promovido a Tenente-Coronel, está bem no meio de um duelo político. Ao mesmo tempo que ele usa o BOPE para livrar a população dos traficantes, ele cria sem saber o poder paralelo das milícias, que controla as favelas e financia campanhas políticas com as arrecadações do moradores e comerciantes das comunidades no Rio de Janeiro.

Apesar do Capitão Nascimento ser um personagem fictício, o ator Wagner Moura se inspirou em um personagem real – o ex-comandante do BOPE Ronaldo Pinto, que em meados dos anos 90 estava cansado do Batalhão e procurava um substituto. Para o cargo elegeu Rodrigo Pimentel, que conhecera anos antes durante o Curso de Operações Especiais. Rodrigo Pimentel foi um dos roteiristas da cinesérie Tropa de Elite e hoje é consultor de segurança e comentarista social da Rede Globo.

E por falar em Rede Globo, quem leu o artigo publicado em 21/09 (Qual é a distância entre você e qualquer outro profissional que atua no seu mercado?) já sabe que poucos graus de distância separam pessoas que atuam no mesmo mercado. Esse seguramente é o caso do ator Wagner Moura, do comentarista Rodrigo Pimentel e do cantor e humorísta Francisco Everardo Oliveira Silva, mais conhecido como o palhaço Tiririca.

Para quem duvida, vamos usar como ponto de partida o ilustre humorista Chico Anysio, que comandou por várias décadas na Rede Globo o programa humorístico ‘A Escolinha do Professor Raimundo’. A Escolinha reuniu alguns dos maiores nomes do gênero, entre eles Tom Cavalcante, que interpretava o bebum João Canabrava. Depois de sair da Globo, o humorista ganhou um programa próprio na Rede Record – o Show do Tom, que conta com a participação de Tiririca. E assim voltamos onde começamos!

Como me disse certa vez uma amiga: “O mundo é pequeno, redondo e gira todos os dias. As pessoas vão passar na sua porta mais de uma vez”. Espero que em 2011 eu consiga continuar compartilhando com você como todos estão conectados nesse mundo!

21 de dez. de 2010

Como você organiza seus contatos? Que tal fazer um inventário?

Esse “restim” de ano é um ótimo período para colocar em dia todas aquelas atividades pessoais que foram proteladas por meses. Já que você vai aproveitar essas duas últimas semanas para organizar sua vida, porque não também colocar em ordem sua rede de contatos. Essa é a melhor forma de manter seu networking sempre ativo.

Com a correria do dia-a-dia, sua agenda de contatos fica tão desorganizada quanto aquela gaveta da bagunça. Você promete para si mesmo que vai colocar a papelada em ordem, mas esse dia custa a chegar. Entretanto, nossas amizades e contatos profissionais não merecem ser tratados dessa maneira. Afinal, se você fizer isso, eles se comportarão exatamente como aquele documento que você jogou na gaveta da bagunça. Quando mais precisar dele, não vai saber aonde está.

E qual é a melhor maneira de organizar seus contatos? Minha sugestão é empregar a metodologia de inventário, que é utilizada por quem trabalha com grandes quantidades de informações, como é o caso dos profissionais de logística. Além desta metodologia, eles utilizam sistemas de controle que permitem que se encontre qualquer item no estoque rapidamente. Trazendo essas ferramentas para o controle pessoal de contatos, a solução então é criar um planilha de inventário de contatos.
Nas linhas dessa planilha estarão os nomes e nas colunas estarão todas as informações relevantes para a organização desse banco de dados. Abaixo estão algumas sugestões de campos para completar sua planilha de inventário: 
  • Grupo: é como você classifica os seus contatos, seja pelo parentesco com ele ou por onde o conheceu. Pode ser, por exemplo; Família, Amigo, Cliente, Faculdade, Trabalho, etc.

  • Endereço de email: é um dos dados mais úteis da planilha. Com ele, você poderá montar listas de distribuição de mensagens a partir dos grupos, utilizando filtros e outras ferramentas da sua planilha eletrônica. Assim você pode copiar os endereços da planilha e colar diretamente no campo de destinatário do email. Dica: se uma pessoa tiver mais de um endereço de email, crie uma linha para cada email repetindo o nome. 

  • Celular: apesar de você já ter essa informação na agenda do seu celular ou do computador, é recomendável que você mantenha um back-up nesse inventário. Além disso, essa informação é bastante útil se o seu computador tem algum aplicativo de envio em massa de mensagens curtas de texto (SMS). Não esqueça de incluir o código da operadora e o DDD antes do número. Assim você pode copiar da planilha e colar no disparador de SMS. Você pode também adicionar uma coluna com o número de telefone fixo residencial e outra profissional.

  • Empresa: é bastante útil quando você está gerenciando contatos profissionais. Se achar relevante, pode adicionar uma outra coluna com o cargo.

  • Outros campos: algumas sugestões de colunas que podem ser adicionadas são data de aniversário, idioma e link para os perfis das redes sociais. Vale até criar uma coluna com notas para identificar o nível de relacionamento que você tem com aquela pessoa.
Apesar de ser mais difícil o preenchimento, quanto mais colunas, mais útil será essa ferramenta para ajudá-lo a exercitar seu networking. Começar uma planilha do zero pode ser uma atividade desencorajadora, mesmo nessa época de calmaria. Por isso, o ideal é utilizar os recursos de importação de contatos disponíveis em algumas redes, tais como LinkedIn e Plaxo, como também no Microsoft Outlook. Em todos eles é possível enviar essas informações, já no formato sugerido acima, diretamente para uma planilha de Excel. Isso vai animá-lo a concluir o inventariado.
Vamos tomar as festas de final de ano como exemplo prático de uso do seu inventário de contatos. Você pode filtrar o grupo dos Amigos, imprimir a lista com seus telefones para lembrar de ligar para cada um deles no Natal. Pode também agrupar todo o pessoal do trabalho para enviar SMS no Ano Novo. Aplicando o filtro em Idioma, você pode enviar um cartão virtual por email para todos os contatos que falam inglês. Filtrando os Clientes, pode enviar uma mensagem corporativa com os votos de Boas Festas.
Fica aqui a dica para você começar o ano com seu networking bem organizado! E para aproveitar o espaço, gostaria de desejar a você que prestigiou o blog Network-4-Sales nesses primeiros meses um Natal abençoado e um Ano Novo repleto de paz, saúde, esperança e força para enfrentar os desafios de 2011!!!

13 de dez. de 2010

Você sabe como exercitar seu networking nas festas de confraternização?

Finalmente o ano está terminando! O fôlego está quase no final e todos precisam de uma pausa para recuperar as energias e encarar mais um ano cheio de desafios. Mas antes do merecido descanso você tem ainda que encarar aquela sequência de festas de confraternização – seja um almoço com clientes, um happy-hour com os colegas da faculdade, amigo secreto com a galera da empresa, entre outras tantas celebrações de final de ano.

Para muitas pessoas, o mês de Dezembro é sinômino de festa. Mas, na realidade, esse mês deveria ser sinônimo de networking! Afinal de contas, o que todas essas festas têm em comum é a oportunidade que você tem de exercitar seu networking. São nesses eventos que você tem a chance de dar um upgrade na sua rede de relacionamentos. Mas antes que você saia atirando para todos os lados, saiba como aproveitar melhor cada tipo de celebração:
  • Almoço: se você for o organizador do evento, saiba escolher o local. Evite ao máximo churrascaria rodízio. Quem já teve essa experiência, sabe que aquele papo interessante é interrompido a cada 15 segundos pelo garçon. Prefira organizar eventos com poucas pessoas e em restaurantes com boa infra-estrutura. A combinação inversa é desastrosa! Em uma ocasião, eu e cerca de 30 colegas de trabalho fomos ao restaurante mais requintado de uma cidadezinha no interior. O problema é que esse estabelecimento nunca tinha atendido um grupo tão grande. Enquanto alguns colegas ainda estavam comendo a entrada (croquete frito por fora e congelado por dentro), outros já estavam na sobremesa. Se isso acontecesse em um almoço com clientes, sua chance de fazer um bom networking seria nula. Outra situação desfavorável é acomodar o grupo em um mesa quilométrica. O encontro acaba virando um sem-fim de conversas paralelas entre grupos que já se conhecem bem. Ou seja, o objetivo de promover uma festa de integração vai por água abaixo. Sem falar nas brigas ao final do almoço para dividir a conta. Se o grupo for grande, prefira uma festa de confraternização.

  • Happy-hour: é a melhor alternativa para encontros informais de grupos pequenos. Excelente para rever amigos(as) de longa data. O melhor é que você mesmo pode organizar quantos e quando quiser. Que tal marcar um com os amigos do inglês, outro com o pessoal da academia, mais um com a galera do clube e mais outro com a turma que se formou contigo no colégio? É garantia de bom divertimento. Ao contrário, evite marcar um happy-hour com seu chefe ou com aquelas pessoas que você não suporta. Esses eventos são regados de bebidas alcoólicas e, por isso, o final do encontro não é tão feliz quanto sugere o nome. Também evite marcar um happy-hour com clientes. O ambiente normalmente é barulhento e ficar gritando com seu cliente não é uma boa prática. Além do que, falar de trabalho em lugares tão cheios nunca é recomendado. Nesse caso, prefira um evento privado.

  • Amigo secreto: também conhecido como amigo oculto, esse tipo de evento ganhou variações ao longo do tempo. No inimigo secreto, por exemplo, o sorteado recebe um presente depreciativo. Se o seu objetivo é fazer networking, fuja desses encontros. O mais provável é que você presencie um festival de “queimação de filme”. Em contra-partida, as festas de amigo secreto bem organizadas são ótimas para se aproximar daqueles colegas que você não teve muito contato durante o ano. Não fique apenas com aquele grupinho de sempre. Aproveite para conhecer novas pessoas e falar de qualquer assunto que não seja trabalho.

  • Evento privado: é muito comum em grandes empresas para reunir clientes especiais. Pode ser um jantar na casa de um executivo, uma degustação de vinhos, ou um curso de culinária em um espaço gourmet. Esses eventos tem o networking como objetivo principal e nem por isso são enfadonhos. Não é uma boa ideia promover eventos privados relacionados a esportes. Uma “pelada” contra o time do seu cliente pode machucar muito mais os relacionamentos do que as canelas dos adversários.

  • Festa de confraternização: também é comum em grandes empresas. Esse tipo de evento é uma verdadeira bomba-relógio, pois coloca no mesmo local pessoas de diversos níveis organizacionais da empresa e com culturas muito distintas. Essa mistura é potencializada com muita comida, bebida, esporte e lazer. O que começa como uma festa civilizada, com conversas agradáveis e muita diversão, termina inevitavelmente em baixaria. Se você quiser exercitar seu networking nesses encontros, chegue cedo e procure conversar preferencialmente com as pessoas com quem você não tem contato no dia-a-dia. É muito legal jogar tênis de mesa com a diretora de RH ou bater uma bola com o supervisor da produção. Essas atividades derrubam barreiras invisíveis e te ajudarão muito profissionalmente.
Independente da festa que você vai participar, tão importante quanto saber o que fazer é saber quando sair. Como ensinou o filósofo alemão Friedrich Nietzsche: “Em indivíduos, a insanidade é rara; mas em grupos, ela é a regra”. Então, saia enquanto a celebração não se transforma em papelão!

6 de dez. de 2010

Posso te contar um segredo? Você promete que não conta para ninguém?

Quando alguém te faz essas perguntas, você normalmente concorda em guardar o segredo somente para você, mas na prática sua resposta deveria ser: “Depende”! Afinal de contas, vai depender do grau de relacionamento que você tem com quem te contou o tal segredo e o nível de confiança que você tem com as pessoas com quem você poderia compartilhar essa informação posteriormente.

Por exemplo, o seu chefe te confidencia uma informação estratégica da empresa sobre um projeto que você será o principal responsável. Animado com o novo desafio, você não vê problemas em contar a novidade para a sua esposa. Ela, por sua vez, também não vê impedimento algum em comentar, com orgulho, com a irmã no salão de beleza sobre as conquistas profissionais do marido. O problema está na cadeira ao lado, onde está sentada a esposa do presidente da empresa concorrente. Esta não perde tempo e liga na hora para o marido para contar o segredo empresarial que ela descobriu por acaso.

No caso acima, apenas cinco graus de distância separavam os executivos das empresas rivais. E o vazamento de uma informação sensitiva pode ser suficiente para arruinar o negócio de uma corporação de forma irreversível. É justamente para evitar que isso ocorra que grandes empresas possuem políticas e treinamentos para os seus funcionários sobre como lidar com informações confidenciais. Mesmo assim, no mundo corporativo existem diversos casos de segredos industriais que chegaram às mãos da concorrência, sendo grande parte deles por descuido de quem deveria guardar esses segredos acima de tudo.

Por definição, segredo é: uma informação valiosa, mas que se for tornada pública pode comprometer algo ou alguém, geralmente não podendo ser revelada a determinadas pessoas. A revelação de um segredo pode até ser confundida com fofoca ou intriga. Mas quando o conteúdo dessa informação é realmente importante, sua divulgação pode colocar uma pessoa, uma empresa ou até mesmo uma nação em risco. Esse é o caso dos documentos confidenciais que vêm sendo divulgados pelo WikiLeaks.

Para quem não conhece, o WikiLeaks é uma organização sem fins lucrativos, formada por intelectuais, ativistas, jornalistas, programadores, dissidentes políticos, matemáticos e tecnólogos de várias partes do mundo. Essa organização publica documentos, fotos e vídeos de fontes anônimas com informações confidenciais vazadas (daí o nome Leaks) de governos ou empresas. O site foi lançado em dezembro de 2006 e menos de um ano depois já continha 1,2 milhões de documentos.

Apesar do nome, o WikiLeaks não tem o mesmo conceito de um wiki, como o dicionário online Wikipedia, onde seus leitores podem editar o seu conteúdo do site. No caso do WikiLeaks, para postar algo, o usuário deve utilizar um software de comunicação especial, que embaralha os dados antes do envio visando preservar a privacidade dos seus colaboradores.

Entre os segredos já divulgados pela organização está um vídeo feito em julho de 2007 que mostrava civis iraquianos sendo mortos durante um ataque aéreo das forças militares dos Estados Unidos. Em julho do mesmo ano, o WikiLeaks divulgou uma compilação de quase 77 mil documentos secretos do governo americano sobre a Guerra do Afeganistão. Na semana passada começou a publicar uma série de telegramas secretos de embaixadas e do Governo norte-americano. Todos esses documentos divulgados causaram desde pequenos constrangimentos até crises políticas internacionais.

O mais interessante do WikiLeaks é o networking oculto que só forma em torno dele. A organização foi fundada pelo australiano Julian Assange, que, em teoria, é o único nome conhecido dessa instituição. Mesmo tendo apenas um ponto de contato nominal, segredos de toda parte do mundo chegam até às mãos dessa entidade, seja por mensagens encriptadas ou por contato pessoal com um dos membros ocultos dessa organização espalhados pelo mundo. Também de forma oculta, se forma uma rede de espiões, colaboradores anônimos que quebram os sigilos de orgãos governamentais. Acredita-se que muitos deles sejam “insiders”, funcionários dessas próprias instituições.

Por isso, antes de contar um segredo, saiba que dificilmente ele não será passado adiante. Como disse certa vez o inventor Benjamin Franklin – “Três pessoas podem guardar um segredo somente se duas delas estiverem mortas”.

29 de nov. de 2010

Você conhece alguém com AIDS? Sabe como essa pandemia começou?

Provavelmente você tem pelo menos um amigo próximo que seja portador do vírus HIV. Talvez você não saiba disso. Talvez nem mesmo o seu amigo saiba ainda, já que o tempo entre a infecção inicial e o desenvolvimento de anticorpos detectáveis contra a infecção pode variar de 3 à 6 meses.

No meu caso, posso afirmar que já conheci algumas pessoas próximas com AIDS. Eu nasci e fui criado em Santos, cidade no litoral paulista e que tem o maior porto da América Latina. No início dos anos 80, as centenas de navios que aportavam toda semana no cais traziam para o centro da cidade milhares de tripulantes extrangeiros interessados na grande oferta de prostituição e drogas que aquela zona da cidade oferecia. Não demorou muito para a cidade de Santos ser apontada como o município brasileiro com o maior índice de mortes por AIDS por habitante. Com o perigo rondando a vizinhança, era comum saber de algum conhecido que tinha sido infectado pelo vírus HIV.

As doenças infecto-contagiosas nos ensinam, de maneira dolorosa, como todas as pessoas no mundo estão conectadas entre si, já que o contágio muitas vezes só acontece por contato físico ou por aproximação. Esse networking é tão imprevisível que é extramamente complicado controlar uma epidemia, como a gripe suína que ocorreu no ano passado com início no México. Analisando a fundo a origem de uma epidemia, é interessante observar que todas começam com apenas um indivíduo, chamado de Paciente-Zero.

No caso da AIDS, o título de Paciente-Zero foi atribuido ao cidadão franco-canadense Gaëtan Dugas, que era homossexual e trabalhava como comissário de bordo na companhia aérea Air Canada. Em 1977, Dugas teve um caso com um jovem africano em Paris. No ano seguinte, o corpo do canadense estava recoberto de manchas roxas que os médicos diagnosticaram como sarcoma de Kaposi, informando se tratar de uma forma de cancêr perfeitamente curável. Porém era o primeiro sintoma da doença.

A identidade de Dugas, entretanto, só se tornou conhecida em 1979, quando um de seus amantes apareceu em uma clínica com o mesmo sarcoma de Kaposi pelo corpo. O sujeito admitiu que tivera um caso com Dugas e ainda deu o nome de um terceiro sujeito que também se relacionara com ele e apresentava os mesmos sintomas. Em Junho de 1980, Gaëtan Dugas foi informado que a doença que ele possuia, até então conhecida como “o cancêr gay”, era transmitida sexualmente. Quando soube que estava contaminado, ele ficou inconformado e se recusou a praticar sexo seguro para prevenir a proliferação da doença.

Por conta da sua profissão, ele viajava ao redor do mundo disseminando o vírus em relações sexuais tanto com homens como com mulheres. Segundo dados reunidos após a morte de Dugas, em Março de 1984, dos primeiros 284 casos de AIDS registrados nos EUA, pelo menos quarenta estavam relacionados com sujeitos que haviam tido algum envolvimento sexual com ele. Somente na América do Norte, Dugas confirmou que teve mais de 2.500 parceiros sexuais.

Nessa época, a imprensa passou a utilizar o termo "GRID", sigla para "Gay-related immune deficiency", para se referir a doença. Somente em Setembro de 1982 que o CDC (Centers for Disease Control and Prevention) começou a usar o nome de AIDS para definir adequadamente a doença. A Síndrome da ImunoDeficiência Adquirida (AIDS, em inglês) é uma doença do sistema imunológico humano causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV, em inglês). Esta condição reduz progressivamente a eficácia do sistema imunológico e deixa as pessoas suscetíveis a infecções oportunistas e tumores.

É sempre importante divulgar que o HIV é transmitido através do contato direto de uma membrana mucosa ou na corrente sanguínea com um fluido corporal que contêm o HIV, tais como sangue, sêmen, secreção vaginal, fluído preseminal e leite materno. Esta transmissão pode acontecer durante o sexo anal, vaginal ou oral, transfusão de sangue, agulhas hipodérmicas contaminadas, o intercâmbio entre a mãe e o bebê durante a gravidez, parto, amamentação ou outra exposição a um dos fluidos corporais acima.

Diante de taxas altíssimas de propagação da doença e de números assombrosos de contágio por falta de informação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu instituir, em Outubro de 1987, o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. A data de 1º de Dezembro, que será observada em todo mundo essa semana, serve até hoje para divulgar as formas de contágio e prevenção, como também para reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão com as pessoas infectadas pelo HIV/AIDS.

Mesmo com inúmeras campanhas de conscientização e métodos de prevenção, estima-se que a o vírus HIV já infectou mais de 60 milhões de pessoas no mundo e que as deficiências causadas pela AIDS tenham matado mais de 3 milhões de pessoas, incluindo 500.000 crianças, menores de 15 anos de idade. No Brasil, estima-se que existam mais de 630 mil pessoas vivendo com o HIV. Desde o início da epidemia em 1980 até junho de 2009, foram registrados 217.091 óbitos em decorrência da doença. Cerca de 35 mil novos casos da doença são registrados todos os anos no país. Dos 5.564 municípios brasileiros, quase 90% já registraram pelo menos um caso da doença.

Seja pelo HIV ou por qualquer outra doença infecto-contagiosa, a contaminação não respeita fronteiras, não escolhe raças e nem discrimina classes sociais. A velocidade com que essas doenças se propagam e a dificuldade para conter a proliferação nos mostra o quão próximos estamos uns dos outros.

19 de nov. de 2010

Você prefere comprar de um amigo ou de um desconhecido? E vender, para quem é melhor?

Imagine que você quer comprar um videogame para o seu filho. Você não sabe muita coisa sobre o assunto e não pode errar na escolha. A melhor saída é conversar com aquele amigo do trabalho que tem um filho na mesma idade, na esperança dele já ter passado por essa experiência e assim te passar uma dica de qual modelo comprar e onde encontrar a melhor oferta. Se você tiver a sorte de encontrar esse amigo, vai seguir à risca todas as recomendações que ele te passar.

A recomendação é um dos fatores que mais pesam em um processo de decisão de compra de um produto ou serviço, principalmente de alto valor. Quando a recomendação é feita por uma pessoa da sua rede de relacionamentos, ela chega a ser até mais importante que o preço ou a marca!

Por exemplo, se uma pessoa da sua confiança recomenda que você compre um determinado modelo de computador, você normalmente aceita, mesmo que a marca não seja a que você prefere ou até mesmo que esse computador seja mais caro que um modelo similar. Essa recomendação, portanto, serve para encurtar a distância entre o desejo e a realização. Sua decisão será muito mais rápida e simples porque alguém que você confia teve uma experiência positiva com o mesmo produto ou fabricante.

Imagine agora outra situação. Você quer comprar um carro usado e já tem em mente as características que esse carro deve possuir e o preço máximo que você pretende pagar. Você, então, visita diversas lojas, pesquisa na internet e nos classificados dos jornais. Apesar de encontrar várias ofertas que se encaixam no perfil procurado, você ainda hesita em tomar a decisão porque não conhece a procedência desses veículos e nem a idoneidade de quem está vendendo. Daí você descobre que o primo do seu melhor amigo está vendendo o carro dele. Apesar de o preço estar acima da sua meta, você fecha negócio só pela relação de confiança que o vendedor e o comprador (você) têm com uma pessoa em comum.

Quando a negociação muda de sentido, a relação de confiança é igualmente importante. Quem já teve a experiência de vender um produto por classificados ou internet sabe do que estou falando. Você nunca sabe quem está do outro lado da linha! Será que o cheque vai ter fundos? Como e onde posso encontrar o comprador em segurança? Essa preocupação toda não é exagero! Existem diversos casos de seqüestro de vendedores quando se encontraram com o comprador, que na realidade era um bandido disfarçado. Por isso, que algumas vezes você prefere vender suas coisas mais baratas para um amigo do que para um desconhecido. Esse é o networking comercial!

Foi pensando nisso que criei uma página na internet de compra e venda somente entre amigos - o site SALES VENDE (http://salesvende.wordpress.com/). Ele não é um portal de e-commerce. Os produtos anunciados só são vendidos para amigos, de amigos e por amigos. Só assim é possível garantir que a negociação será clara e direta; que a transação será bem sucedida; e que a satisfação de quem vende e de quem compra será completa.
Todos os produtos anunciados nesse site pertencem a algum amigo meu ou da minha família. E é justamente esse vínculo que permite garantir a qualidade dos produtos oferecidos. Afinal, é sempre melhor comprar ou vender para quem a gente conhece. Então, se você tem um produto que já não usa mais, ofereço a você esse espaço para vendê-lo!

O melhor de tudo é que você não precisa ter trabalho nenhum! Basta dizer que produto quer vender e o preço desejado. O resto é conosco – montamos o anúncio, publicamos no site, divulgamos para nossa rede de amigos, intermediamos a negociação, acertamos os detalhes da transação e fechamos o negócio para você. A única regra é que você só pode comprar ou vender se tiver algum relacionamento conosco. Nossa tarefa é aproximar quem quer vender de quem quer comprar, mas essas duas pontas têm que passar por nós para validar o relacionamento e assim dar credibilidade à negociação e garantir a satisfação das partes.

Se você estiver interessado em comprar algum produto que já está anunciado, vender qualquer coisa ou simplesmente tirar uma dúvida; entre em contato conosco por email ou MSN Messenger salesvende@hotmail.com.

Aproveite esse espaço. Ele foi feito para você, nosso amigo!

12 de nov. de 2010

Será que o networking pode mesmo ajudá-lo a conseguir um emprego?

Se algum dia você precisou procurar emprego e teve a brilhante ideia de disparar currículos por email para todos os seus contatos, certamente vai responder essa pergunta com um NÃO bem grande. O resultado deve ter sido decepcionante. Provavelmente, quase ninguém se deu ao trabalho de ao menos telefonar para oferecer ajuda. Mas como isso é possível se todos dizem que o networking é uma das melhores maneiras de se conseguir um novo emprego?

De fato, existem várias pesquisas feitas por empresas de Recursos Humanos que afirmam que as chances de contratação de um profissional são bem maiores quando este é recomendado por um funcionário que já trabalha na empresa ou indicado por alguém que tem excelente relacionamento com quem está contratando. Então, quem está certo – a prática (da sua experiência) ou a teoria (das pesquisas)? Ambos estão corretos. A questão é como fazer esse networking trabalhar a seu favor.

Um dos maiores erros das pessoas é pensar que o networking é a arte de colecionar contatos pessoais e/ou profissionais. É muito comum encontrar quem pense assim, afinal, desde criança nos acostumamos a colecionar coisas, tais como figurinhas, selos, revistas, etc. Então as redes sociais se tornaram repositórios de colegas, um álbum de figurinhas com as fotos dos seus melhores amigos. E é aí que mora o perigo! As redes sociais servem para aproximar quem está distante (e como diz um amigo, servem também para afastar quem está próximo). O fato é que adicionar um amigo, por exemplo, no Facebook ou passar a seguí-lo no Twitter não muda em nada a relação que vocês já tinham.
Você, como qualquer outra pessoa, gosta de se sentir querido(a), admira as pessoas que se importam contigo, que demonstram algum interesse pelo que você faz ou por quem você é, independente de títulos ou posses que você tenha. Essa amizade incondicional é recíproca! 

Portanto, da mesma forma que você não gosta de ser usado, seus amigos também não vão gostar de serem acessados somente quando você precisa deles. O networking por interesse é a pior ferramenta que você pode utilizar quando está buscando um emprego. Seu amigo não só vai se recusar a recomendá-lo para uma oportunidade de trabalho, como pode se distanciar de você, pois passará a te rotular como uma pessoa interesseira.

E como fazer para o tiro não sair pela culatra? Aqui vão algumas dicas que funcionam de verdade: 
  • Faça o bem sem olhar a quem – saiba que você pode precisar de ajuda quando menos espera. Então, comece hoje mesmo a ajudar seus amigos quando eles precisarem. Quando receber um telefonema de um amigo solicitando um favor ou um email com um pedido de ajuda, aja como diz o ditado. Faça o bem sem olhar a quem! Em outras palavras, sempre que possível, ajude-o sem esperar nada em troca. E não use isso como moeda de troca no futuro. Pode ter certeza que sua boa ação será lembrada e recompensada.
  • Mantenha-se próximo – não espere que seus amigos entrem em contato com você. A distância entre vocês é a exatamente a mesma, então tome a iniciativa e faça contato. Você não precisa ter nenhum motivo específico para se reaproximar, mas se precisa de uma razão para tomar a iniciativa, fique atento às datas e ocasiões especiais para o seu amigo, como por exemplo a data do aniversário dele ou comemoração de bodas do casal. 
  • Esteja sempre no radar – um dos principais benefícios dos aplicativos de colaboração online é a troca de informações em tempo real. Por isso, use e abuse dessas ferramentas, seja por redes sociais como o Facebook, por redes profissionais como o LinkedIn ou ainda por comunicadores instantâneos como o Live Messenger. Esses aplicativos são excelentes para convidar para um evento, divulgar uma notícia, dar uma dica, comentar um status, manifestar seu ponto de vista, compartilhar uma foto, etc. Em resumo, se faça presente! Dessa maneira, todos lembrarão de você quando precisar de ajuda.
  • Esteja bem informado – saber tudo sobre o que passa na sua área de atuação é vital para encontrar um novo emprego. Mas isso não se limita apenas a conhecer os resultados das empresas que atuam nesse mercado. Também é importante saber quem está trabalhando onde. Um antigo colega de trabalho pode estar justamente ocupando uma posição chave naquela empresa que você aplicou para uma vaga.
  • Saiba do útil ao fútil – essa dica está relacionada com as três dicas anteriores. Estar bem informado não significa saber apenas o que é útil para sua carreira. Isso inclui o fútil, a cultura inútil, as novidades do luxo e as curiosidades do lixo. Você pode compartilhar esses tipos de informação na sua rede social e dessa forma entrar no radar dos seus amigos. Se isso for interessante para algum deles, você já terá conseguido retomar o contato e assim se manter próximo desse amigo.
  • Tenha auto-estima – estar desempregado é um status e não uma doença infecto-contagiosa que será transmitida aos seus amigos se você contar. Então, não se sinta acuado ou deprimido. Converse abertamente com o maior número de pessoas sobre a sua situação. A ajuda poderá vir de onde você menos espera. Por isso, ter auto-estima elevada nesse momento é fundamental para transmitir energia positiva para seus amigos. Eles se sentirão mais entusiasmados em ajudá-lo.
Lembre-se que essas são apenas algumas dicas que podem ajudá-lo a encontrar um novo emprego através do networking. Mas isso tudo só funciona mesmo se o conteúdo valer a pena. Ninguém, por mais amigo que seja, jamais vai recomendá-lo para a empresa que trabalha ou indicá-lo a outro amigo se você não for um profissional comprovadamente competente. Também de nada adianta ter um belo currículo se isso não corresponde à realidade.

Em outras palavras, o networkingNÃO vai ajudá-lo a conseguir um emprego se você  “por fora for bela viola, mas por dentro for pão bolorento”!

3 de nov. de 2010

Você conhece bem o seu colega de trabalho? Por que isso é importante para sua carreira?

A menos que você seja um dos 33 mineiros que ficaram soterrados por 69 dias a 700 metros de profundidade na mina San José em Copiapó no Chile, sua resposta tem que ser NÃO! Pode-se afirmar que você só conheceria bem seus colegas de trabalho, e quem faz parte da rede de relacionamento deles, se vivesse esse tempo todo em um ambiente de clausura, como nessa situação extrema ocorrida a alguns meses no deserto do Atacama.
Como esse não é o caso, é pouco provável que você conheça bem quais são os interesses pessoais e profissionais daquela pessoa que passa dias, meses e até vários anos ao seu lado no ambiente de trabalho. Existe uma maneira infalível de conhecer seu colega de trabalho. Como diz o ditado – “Quer conhecer bem uma pessoa, dê poder à ela!”.
Sem dúvida nenhuma, quando uma pessoa ganha poder dentro de uma organização, você consegue perceber de verdade quem é o indivíduo que se escondia por trás da máscara profissional. Ela não muda apenas sua forma de agir e de pensar, mas também pode mudar seu comportamento com os antigos colegas de trabalho. Mas não é apenas uma promoção que dá poderes para uma pessoa. O poder está principalmente nas alianças, no networking, ou falando na linguagem popular das empresas, nas “panelinhas”! Toda empresa, sem exceção, tem “panelinhas” sistematicamente organizadas. São clãs que se formam com o tempo, em silêncio, nos bastidores das empresas, seja por afinidade pessoal ou por interesse profissional em comum.
Mas porque é importante para você e para sua carreira conhecer o networking dos seus colegas de trabalho? É simples. Se você não conhece bem o seu colega de trabalho, não sabe ao certo em quais “panelinhas” esse indivíduo participa e, consequentemente, também não saberá quando e nem como ele ganhará poder dentro da organização.
Aqui estão alguns exemplos bastante comuns que eu já presenciei nesses quase 20 anos de vida corporativa.
  • Promoção – esse é o caso clássico de ganho instantâneo de poder. A empresa está crescendo, o chefe foi remanejado e surgiu aquela vaga tão sonhada por todos os subordinados. Depois de um processo seletivo interno, um deles é escolhido para assumir a chefia. Mas a felicidade está na cara apenas de alguns. São aqueles que fazem parte da “panelinha” do novo chefe. Só que o tiro pode sair pela culatra. Se a “panelinha” dos descontentes for maior e mais forte, a vida do novo chefe não será nada fácil. No caso mais emblemático que eu acompanhei, a maioria dos subordinados jogou contra o novo chefe até que ele foi demitido da empresa.  
  • Transferência interna – você é o cara novo no pedaço. Fez bem o seu trabalho em outra divisão da empresa e, como reconhecimento, foi transferido para um novo departamento. Só que você não sabe aonde está pisando. As “panelinhas” já estavam formadas e niguém sabe muita coisa ao seu respeito. Isso é ótimo por um lado, porque você pode adotar seu método de trabalho sem maiores problemas, mas é péssimo por outro. Afinal, você tomou o lugar que poderia ser ocupado por mérito por qualquer um dos seus novos subordinados. Eu já passei por isso e posso dizer que é muito mais difícil do que parece saber identificar e lidar com os interesses de cada uma das “panelinhas”.
  • Contratação externa – quando um novo profissional chega na empresa, sua vida é até mais difícil do que na situação anterior. Você também não sabe aonde está pisando e muito menos tem alguém de peso te dando cobertura. A situação que eu acompanhei foi ainda mais complicada. O novo diretor trabalhava antes como prestador de serviços terceirizado desse mesmo departamento. Ou seja, aqueles que “mandavam” nele, passaram a ser seus novos subordinados. Nesse caso, o repúdio foi enorme, mas a pessoa foi bastante inteligente e competente para mostrar que tinha capacidade de trabalhar bem com todos os clãs que já existiam na empresa.
  • Recontratação – você trabalha há algum tempo em uma organização, já tem seu espaço cativo, conhece bem todas as “panelinhas”, mas recebe uma proposta de trabalho tentadora e sai da empresa. Não é preciso dizer que várias pessoas jogarão todos os “podres” da sua área nas suas costas. Um certo dia você recebe uma proposta ainda melhor para voltar para a antiga casa, com uma posição ainda melhor. O problema é que a campanha negativa na sua ausência denigriu a sua imagem a ponto de te excluirem de todas as “panelinhas” que você dominava. Sua vida vai virar um inferno remunerado em horário comercial. O desfecho do caso que eu presenciei não foi dos melhores. O recontratado não suportou o ambiente negativo, como diria o Capitão Nascimento em Tropa de Elite, “pediu pra sair!”
  • Reorganização – é o clássico dos clássicos! A única coisa que não muda em uma empresa é a sede por mudanças, ou em termos administrativos, reorganizações. Sempre que isso acontece, o poder muda de mãos. E é nessa situação que as “panelinhas” ficam mais claras. Quando uma divisão é absorvida por outra, por exemplo, o chefe da divisão receptora preserva seus pupilos, mesmo que eles não sejam tão competentes que os da extinta. O destino dos “desabrigados organizacionais” normalmente é trágico. Ou se contentam com uma função inferior ou são convidados a se retirar da empresa.
  • Fusão ou Aquisição – você é o cara! Trabalha há muitos anos na empresa, conhece todo mundo e todos te adoram. Até que um dia é anunciada a compra ou a fusão da sua empresa por outra. Existem casos marcantes em que uma organização compra sua principal concorrente. As “panelinhas” são aniquiladas, mortas no ninho! Quando se trata de uma fusão, suas chances de sobrevivência são maiores. É só torcer para que alguém do seu clã seja promovido. Mas se ocorrer o inverso, pode começar a mandar currículo. O fim está próximo!
Esses são apenas alguns exemplos. Você deve conhecer outros tantos ou até os mesmos que eu citei. O fato é que, sem dúvida, o desenvolvimento da sua carreira depende muito do networking que você faz dentro da empresa... e ainda mais do networking que você não faz!

26 de out. de 2010

Você já escolheu em quem votar para Presidente? Você sabe quem faz parte do networking do seu candidato?

A corrida pela sucessão presidencial chegou a sua reta final. As eleições do próximo Domingo definirão uma nova etapa da democracia brasileira. O novo Presidente escolhido pelo voto popular iniciará já na próxima semana a montar sua equipe, não só no Planalto, mas também nos Estados para acomodar todos aqueles que o apoiaram durante a campanha. Independente de quem for eleito, há muito o que ser retribuido. Não se ganha uma eleição sem alianças, acordos, apoios, conchavos, etc. Por isso, é muito importante saber quem são as pessoas que fazem parte do networking político do seu candidato. Serão essas pessoas, e consequentemente seus apadrinhados, que farão parte do novo governo.

O candidato José Serra do Partido Social da Democracia Brasileira (PSDB) tem uma carreira política bastante extensa e por isso já se aliou à várias lideranças partidárias enquanto cumpriu mandatos como prefeito, governador, deputado e senador. Também teve diversos aliados durante suas campanhas anteriores e atual. Dentro do próprio partido, as ligações mais fortes são com o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, o Governador reeleito do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin, o Senador eleito por São Paulo Aloysio Nunes e, no passado, também com o ex-Governador do Estado Mário Covas. Serra e esses políticos estavam no grupo de dissidentes do PMDB que criou o PSDB como reação à insatisfação com o governo Sarney.

Em outros Estados, Serra conta com o apoio de lideranças importantes do País que também estão no PSDB desde a sua fundação, tais como Aécio Neves, Tasso Jereissati, Pimenta da Veiga e Teotônio Vilela Filho. Das alianças com outros partidos, a mais duradoura é com o Democratas (DEM), antigo Partido da Frente Liberal (PFL). O DEM possui raízes na política nordestina, de onde provém a maior parte de sua bancada, dentre eles o ex-vice-presidente da República Marco Maciel. Também se pode observar no DEM a presença de uma nova geração de líderes, sucessoras dos caciques do antigo PFL, tais como Rodrigo Maia, filho de César Maia; Antônio Carlos Magalhães Neto, que traz o legado do líder baiano; e Paulo Bornhausen, que dá continuidade à linhagem política paterna. No Democratas também estão o atual candidato à vice de Serra, Índio da Costa, assim como o atual prefeito da cidade de São Paulo, Gilberto Kassab e o vice de Alckmin, eleito ao governo paulista Guilherme Afif Domingos.

Do outro lado da disputa está a candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) e apadrinhada do atual Presidente, Dilma Roussef. Após oito anos ocupando o principal cargo do País, o PT costurou alianças fortes com o PMDB, além de coligações com partidos anões, tais como PR, PRB, PC do B e PT do B. Como os elos de Lula, Dilma e o PT não se limitam a poucas organizações políticas, gostaria de utilizar uma foto que recebi hoje de um amigo, que traz as fotos de vários personagens que mereceram destaque na Era Lula por ter algum relacionamento direto ou muito próximo com o Presidente Lula e consequentemente com a sua candidata.


Alguns personagens da foto acima são bastante conhecidos. Entre os líderes do PT, além de Lula, estão o ex-presidente nacional do PT José Genoíno, Antônio Palocci e o ex-Ministro-chefe da Casa Civil, que antecedeu Dilma Roussef, José Dirceu. Em destaque na foto também está Erenice Guerra, que sucedeu Dilma na Casa Civil. Das lideranças do PMDB se destacam o presidente do partido e atual vice na chapa de Dilma, Michel Temer, além do ex-Presidente da República José Sarney. Outro ex-Presidente com estreitos relacionamentos com Lula e Dilma é Fernando Collor de Melo.

Essa ilustração também destaca alguns líderes mundiais que passaram a ter relações com o Brasil na Era Lula, mesmo contra todas as pressões internacionais. São eles, Fidel Castro e seu irmão, atual Presidente de Cuba; Hugo Chavez, Presidente da Venezuela; Evo Morales, Presidente da Bolívia; e por último mas não menos amistoso, Mahmoud Ahmadinejad.

Para fechar o quebra-cabeças formado por esse networking político, está a peça que pode ser o fiel da balança nessas eleições – o Partido Verde (PV), liderado pela ex-Ministra do Meio Ambiente Marina Silva, terceira colocada no primeiro turno das eleições presidenciais. Apesar do PV não ter declarado apoio a nenhum dos dois candidatos que disputam o segundo turno, seus integrantes foram liberados a optar individualmente. O fato é que esses conchavos garantirão ao PV e aos seus integrantes cargos importantes no próximo governo, seja de quem for.

O mapa de relacionamentos acima dá uma visão macro de quem estará ao lado do seu candidato caso ele seja eleito. Agora cabe a você tomar a decisão correta e ajudar ao seu networking de amigos e colegas a votar consciente!

19 de out. de 2010

Você já assistiu ao filme Tropa de Elite 2? Sabe como funciona "o Sistema" de poder retratado no filme?

O filme “Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro” é um enorme sucesso! Já bateu recorde de bilheteria nacional com mais de 1,25 milhão de espectadores em seu primeiro final de semana. Você, que já assistiu à essa sequência de Tropa de Elite, percebeu que a estrutura de poder, chamada de “o Sistema”, é o ponto central da trama. Mas você entendeu bem como funciona essa rede de poder? Você que ainda não assistiu, também vai entender melhor aqui como o networking do crime está estruturado. Não se preocupe. Não vou contar que o “mocinho” morre no final (ops!).

Apesar de ser uma obra de ficção, os fatos retratados no filme certamente acontecem nas grandes cidades do país. Os acontecimentos dessa versão ocorrem treze anos após os do primeiro filme e mostra o crescimento do BOPE e os conflitos entre os policiais e milícias do Rio de Janeiro. O agora Tenente-Coronel Nascimento, interpretado mais uma vez brilhantemente por Wagner Moura, exerce uma função administrativa e está bem no meio de um duelo político. Ao mesmo tempo que ele usa a Segurança Pública para livrar a população dos traficantes de drogas e acabar com “o Sistema”, sem saber ele cria um poder paralelo – a milícia, que controla as favelas e financia campanhas políticas em todos os níveis com as arrecadações do moradores e comerciantes dessas comunidades no Rio de Janeiro.

Para que você entenda melhor como funciona “o Sistema”, precisa conhecer como está estruturado o Poder Executivo no Estado do Rio de Janeiro. Reportando ao Governador do Estado, existem diversos Órgãos, entre eles a Secretaria de Estado de Segurança (SESeg). Abaixo dela está a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), que é chefiada pelo Comandante Geral. A fim de descentralizar as ações do Comando-Geral da PMERJ, existem três Comandos subordinados a ele – o de Policiamento de Área (CPA), que coordenam os Batalhões de Polícia Militar; o Comando de Policiamento Pacificador (CPP) e o de Unidades Especializadas, que é o responsável pelo Batalhão de Operações Especiais, mais conhecido como BOPE. Também se reportando ao Comando-Geral está o Chefe de Estado Maior Geral (EMG), que tem entre suas responsabilidades a Seção de Inteligência, onde o Coronel Nascimento atua no filme.

Com uma estrutura organizacional tão complexa, subordinada ao Governo do Estado, fica mais fácil entender como “o Sistema” pode ser sustentado. De acordo com o “mundo fictício” retratado no filme, o Batalhão de Polícia responsável pelo patrulhamento da Zona Oeste, região com grande concentração de favelas na cidade do Rio de Janeiro, é comandada por alguns policiais corruptos. Esses PMs recebem uma parte dos lucros dos traficantes para deixá-los “trabalhar” sem serem incomodados da polícia. Essa arrecadação ilegal é então distribuída para “o Sistema”, ou seja, para todos os níveis da estrutura organizacional, incluindo o Governo do Estado e Deputados Estaduais aliados, que são eleitos por essa população carente.

Quando o BOPE ganha poder, mais equipamentos e armas, consegue praticamente exterminar o tráfico de drogas nas favelas “gerenciadas” por esse Batalhão. Só que, ao invés de quebrar “o Sistema”, esses policiais descobrem que eles podem ganhar muito mais protegendo a população contra os traficantes do que eles já ganhavam protegendo os traficantes da polícia. É então criada a milícia – policiais corruptos, encobertos por seus superiores para que continuem arrecadando dos moradores das favelas, e assim, sustentar os políticos ligados a esse “Sistema”. O Comando-Geral, a pedido do Governador e do Secretário de Segurança Pública, então utiliza sua rede para facilitar o crescimento da milícia. Ele dá ordens ao BOPE para invadir uma favela ainda dominada por traficantes.

É aí que a trama cruza com outra rede, essa do bem, centralizada no personagem Diogo Fraga, interpretado pelo ator Irandhir Santos. Fraga era defensor dos Direitos Humanos e se elegeu Deputado Estadual graças a uma ação mal-sucedida do BOPE, então comandado pelo Capitão Nascimento. Coincidências a parte, Fraga também se casou com Rosane, ex-mulher de Nascimento, e criou Rafael, o filho dela com o ex-Capitão do BOPE. O Deputado Fraga faz oposição ao Governo e investiga o financiamento ilícito das campanhas eleitorais para reeleição do governador e dos seus candidatos aliados. Quando uma jornalista descobre o networking do crime por trás do “Sistema”, Fraga e Nascimento trabalham juntos para desmascarar todos os envolvidos.

Se você ainda não assistiu, vale a pena conferir como essas redes de relacionamento se intercalam e se confundem. Para quem já curtiu Tropa de Elite 2, sabe até onde essa rede de poder já chegou. Isso nos faz pensar muito!

12 de out. de 2010

Você consegue contar quantos amigos você tem? Com quantos você pode contar?

Se você nasceu depois de 1980 deve ter respondido que SIM, você consegue contar quantos amigos você tem. É simples! Basta somar todos os seus contatos que você tem no Facebook, Orkut, Twitter, MySpace, entre outras centenas de redes sociais existentes. Seguindo essa fórmula, é fácil somar 200, 300, ou até 500 amigos na sua rede de relacionamentos.

Mas se você, assim como eu, não pertence a geração Y, vai ter dificuldade para contar a quantidade de amigos que tem. Depois de puxar pela memória todas as pessoas que passaram pela sua vida e as que realmente fizeram a diferença e também, depois de rever o conceito verdadeiro de amizade, é capaz que responda que você não tem mais do que 5 amigos. Mas como explicar que os mais jovens têm muito mais amizades do que aqueles que já tiveram muito mais relacionamentos nessa vida?

A explicação para a diferença entre esses dois grupos está na segunda pergunta. Com quantos amigos você pode contar? Ter 500 amigos no Facebook não significa nada quando você realmente precisa de um amigo de verdade. Experimente divulgar para a sua rede de 500 amigos que você foi demitido e precisa de ajuda para se recolocar. O máximo que vai receber são duas ou três mensagens de solidariedade ou frases motivacionais. Dificilmente um deles vai te ligar, pedir seu currículo e finalmente encaminhar seu CV para as outras centenas de amigos dele.

Como as pessoas mais velhas já passaram por essa dolorosa experiência, muito antes do surgimento do fenômeno das redes sociais, elas sabem com quem podem contar e também sabem que dá para contar o número de amigos na palma das mãos. Mas é claro que quem nunca passou por isso acha que a realidade atual é outra. Os seus “seguidores” te idolatram. Você é o cara mais legal e popular que eles conhecem. Você está seguro de que quase todos os seus amigos estarão lá para o que der e vier. Afinal, uma mão lava a outra. Puro engano!

Infelizmente as redes sociais nos fazem acreditar que estamos cercados de amigos. Afinal de contas eles estão ali, a apenas um clique de distância. Você acompanha de perto e diariamente os passos deles. Sabem do que eles gostam, que lugares frequentam, que time torcem, quais são suas ideologias políticas e opções sexuais. No passado nós não tínhamos tanto acesso à informações como agora, por isso não podíamos contar com esses amigos como podemos hoje. Puro engano 2!

Muita gente se questiona se as redes sociais vieram para ficar. Os que acreditam que sim já quebraram alguns paradigmas e se entregaram a essas comunidades virtuais para aproximar as pessoas. Algumas instituições de ensino nos Estados Unidos, por exemplo, já aposentaram o tradicional álbum de formatura, que trazia apenas a foto e o nome completo do formando, e o substituiram por uma página no Facebook. Algumas empresas já criaram redes sociais internas, onde funcionários podem se conhecer melhor através de perfis e posts dos colegas de trabalho. De quebra, essas redes também tornou obsoleto o uso do email.

As redes sociais estão tão presentes no cotidiano dos jovens que eles, quando se conhecem, não trocam mais números de telefone ou endereços de email. É mais comum você escutar: “Vou te seguir no Twitter” ou “Vou te add no Facebook”. Certamente essas expressões foram muito usadas no SWU Music and Arts Festival – o mega-evento realizado em uma arena de 200 mil metros quadrados na cidade de Itú, no interior de São Paulo. Além de shows de mais de 70 bandas em três dias, o público de mais de 150 mil pessoas pode participar do Fórum Sustentável, onde especialistas, pensadores, políticos, empresários e representantes de ONGs discutiram vários temas relacionados a sustentabilidade.

Interesses em comum pela música e/ou pela sustentabilidade aproximaram essas pessoas. Milhares de novas amizades foram feitas. Daqui a algum tempo você conseguirá contar quantos amigos você fez no SWU. A pergunta que fica é: “Com quantos você poderá realmente contar?!?!”

8 de out. de 2010

Obrigado pelo interesse!

O blog Network-4-Sales completou 3 meses nessa semana. Estou muito feliz com os resultados! Desde o primeiro artigo em 06 de Julho, o blog recebeu mais de 600 visitas. Por isso, gostaria de agradecer à todos vocês pelo prestígio e interesse! É um grande prazer compartilhar meus conhecimentos em networking. 

Sinta-se à vontade para interagir também. Mande seus comentários, críticas, elogios e sugestões de temas para o email sales@network4sales.net. Que venham os próximos 3 meses, 3 anos ou 3 décadas :-)

Muito obrigado!

Luiz Sales

5 de out. de 2010

O que está por trás do “fenômeno Tiririca”? No que você se tornou por votarem em um palhaço?

A eleição do palhaço Tiririca a uma das vagas à Câmara dos Deputados já era dada como certa pelas pesquisas. A justificativa dada pelos seus eleitores também era conhecida. Fora um voto de protesto! Mas o fato desse candidato ter sido o mais votado em todo o país, superando inclusive o número de votos do candidato à Presidência Plínio de Arruda Sampaio, foi o que causou a maior repercussão negativa. Para os paulistas, ficou a vergonha de ter eleito uma pessoa analfabeta e claramente sem preparo político para uma função tão importante. O problema maior foi a repercussão mundial. Os principais meios de comunicação de todo o mundo divulgaram a vitória do candidato-palhaço e enalteceram com isso a ignorância do povo brasileiro no exercício da democracia.

Mas, afinal de contas, o que está por trás da eleição de Tiririca? Por que ele teve tanta exposição na mídia? De onde veio tanto dinheiro para promover sua campanha? A resposta está no chamado network político. As coligações que são feitas por grandes partidos com os nanicos tem o objetivo de aumentar a representação da bancada aliada na Câmara e no Senado. No caso de Tiririca, a coligação foi formada por PR - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B. Desses todos, apenas um partido é grande e tem recursos para arcar com a campanha de Tiririca. Esse partido também tem o que ganhar com essa votação expressiva. Pouca gente sabe, mas o número de candidatos eleitos por um partido ou coligação é determinado pelo quociente eleitoral.

Para calcular os candidatos eleitos por um partido ou coligação, é preciso dividir o número de votos válidos (21.317.327) pelo número de cadeiras disponível (70) para o Estado. O quociente eleitoral, que é uma espécie de nota de corte, foi de 304.533 votos. Divide-se então o número de votos de Tiririca pelo quociente. Como ele recebeu 1.353.820 votos, essa coligação ganhou quatro cadeiras na Câmara, sendo a dele própria e a de outros três candidatos que não conseguiriam chegar lá sozinhos. Portanto, o maior partido da coligação ganhou, as custas de um palhaço, quatro representantes fiéis na base aliada para aprovar, sem questionamentos, os projetos de seu interesse.

O “coelho-eleitoral” Tiririca trouxe junto com ele os candidatos a Deputado Federal Otoniel Lima, do PRB, Protógenes Queiroz, do PC do B, e Vanderlei Siraque, do PT. Esses três não tiveram mais do que 100 mil votos, ou seja, menos de um terço do quociente eleitoral. Portanto, esse network político trouxe ao poder pessoas que não teriam chegado lá por seus próprios méritos. Além disso, eles gozarão de alguns benefícios bastante interessantes, tais como uma verba mensal de R$200.000 (Duzentos mil reais) para pagar o seu salário e de mais 25 assessores parlamentares, nomeados sem concurso e sem qualquer qualificação. Isso sem falar nas ajudas de custo com moradia, alimentação e viagens. O benefício maior, entretanto, é intangível. A famosa imunidade parlamentar, que garante a esses políticos direitos exclusivíssimos, acima do bem e do mal!

Para citar o que esse benefício representa, vamos analisar o perfil de dois candidatos eleitos na cola de Tiririca. O ex-delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz foi o responsável pelas investigações da Operação Satiagraha, que prendeu em 2008 o banqueiro Daniel Dantas, o ex-prefeito Celso Pitta e o investidor Naji Nahas por supostos crimes financeiros. Ele acabou afastado da investigação e virando alvo de inquérito da Polícia Federal. A suspeita é de que ele usou agentes da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) irregularmente. Posteriormente, acabou demitido do cargo e ainda está sob investigação da Polícia Federal.

Contra Vanderlei Siraque pesa a denúncia que, quando era deputado estadual pelo PT de Santo André, utilizou serviços públicos, pagos com dinheiro dos cidadãos, para fins pessoais, o que é considerado ato de improbidade administrativa por especialistas. De acordo com a investigação, o então parlamentar petista pagou a festa do seu aniversário de 50 anos com verba da Assembleia Legislativa. Em 2009, Vanderlei Siraque gastou R$ 236,9 mil com locação e manutenção de imóveis, serviços gráficos, materiais de escritório, combustível e manutenção do veículo oficial, contratação de pesquisas e consultorias, assinatura de revistas e jornais, hospedagem, alimentação, celular, dentre outras coisas. Tudo pago pela Assembleia.

Por mais que as investigações terminem por concluir a culpa desses políticos, a imunidade parlamentar não permite que sejam julgados e condenados pelas Leis aplicadas à cidadãos comuns, como eu e você. Tudo isso, associado à votação em massa para um candidato analfabeto, provoca em nós uma sensação enorme de injustiça. Mas como estamos do lado de fora desse network político, não podemos fazer nada a não ser lamentar pelos milhares que votaram no palhaço e nos fizeram se sentir como um deles!

28 de set. de 2010

Será mesmo que todas as pessoas no mundo estão distantes por no máximo 6 apertos de mão?

Você já deve ter ouvido falar na Teoria dos Seis Graus de Separação ou de Distância. Ela diz que todas as pessoas no mundo estão separadas por apenas seis graus ou, mais concretamente, por até seis apertos de mão. Como toda teoria, sua constatação é sempre questionável. Você acredita que está conectado a qualquer pessoa no mundo, por mais ilustre ou poderosa que ela seja? Se essa teoria fosse verdadeira, porque essas pessoas parecem estar tão mais distantes? Conheça melhor o que está por trás desse estudo e tire suas próprias conclusões.

Tudo começou em 1929 com o conto “Láncszemek” (Correntes) do escritor hungaro Frigyes Karinthy. O que era apenas uma ficção no início foi demonstrada pela primeira vez em 1967 pelo professor de Harvard, Stanley Milgran. No seu estudo, Milgran escolheu uma estudante na cidade de Sharon, Massachusetts e um corretor em Boston. Ele enviou 160 cartas para pessoas aleatórias nas cidades de Wichita no Kansas e Omaha em Nebraska. A carta tinha o nome, a foto e algumas informações sobre um dos dois destinatários. De todas as cartas enviadas, 42 chegaram ao destinatário. A média observada entre a origem e o destino foi de 5,5 pessoas, ou seja, eles estavam separados por 6 graus de relacionamento. Vários outros estudos já foram conduzidos até hoje e o resultado foi sempre o mesmo – seis graus de separação. Esse termo, entretanto, só ficou famoso em 1991 em uma peça de John Guare na Broadway, que depois virou filme.

Mas será que o mundo é tão pequeno assim? Vamos estudar o exemplo da minha tia Ana. Ela tem 65 anos, é advogada aposentada, mora em Peruíbe/SP e joga tranca algumas vezes por semana com um grupo pequeno de amigos. Vamos considerar que minha tia Ana tenha ao todo 50 amigos, e que essa seja a média de amizades da população mundial. Os amigos da minha tia Ana, seguindo essa média, também têm 50 amigos. Ou seja, no grau 2, a tia Ana conhece 2.500 pessoas. No grau 3, são outros 50 amigos de 2.500 pessoas, totalizando 125.000 amigos. Outros 50 amizades no grau 4 e chegamos a 6 milhões e 250 mil pessoas. Os amigos no grau 5 já somam 312,5 milhões de pessoas. E finalmente, com 6 graus de separação, são 15 bilhões e 625 milhões de amigos. Se o Planeta Terra tem atualmente 6,8 bilhões de pessoas, concluimos que minha tia Ana conhece todo mundo (duas vezes) com seis apertos de mão!!!

É claro que muitos desses 50 amigos são comuns entre si. Mesmo assim, ter 50 amigos é muito pouco para a realidade de muitos de nós. Mas todas as pessoas no mundo estão mesmo tão próximas de nós, porque não as alcançamos? É uma simples questão de interesse e força de vontade. Se você realmente quiser ter contato pessoal com alguém, isso é possível e mais fácil do que se imagina.

Vou citar o caso que meu colega Homero Ventura compartilhou comigo. Como todo Beatlemaníaco, Homero sempre sonhou em conhecer o Paul McCartney. Analisando a sua rede de contatos, ele descobriu que estava a 5 graus de distância do artista. Um grande amigo de Homero (grau 4) tem uma prima (grau 3) que se casou com o empresário (grau 2) de Paul McCartney (grau 1). Ele teve a cara de pau suficiente para pedir ao amigo o telefone dela, e conseguiu marcar um jantar com ela e o marido na casa deles em Londres. A amizade feita com o empresário de Paul nesse encontro o deixou a apenas dois graus de distância do seu ídolo. Infelizmente o jantar não rendeu o esperado encontro, mas pelo menos o Homero só precisa de apenas mais um aperto de mão até Paul.

Curioso com o resultado do primeiro caso, Homero também descobriu pela sua rede de relacionamentos que outra personalidade também está a dois graus de distância dele. O seu primo foi diretor de redação de um grande jornal de São Paulo e se tornou amigo pessoal do ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton na primeira visita dele ao Brasil. Se você pensar a quantidade de outros ilustres e famosos ligados a Clinton, pode-se dizer que Homero está a 3 apertos de mão de grandes personalidades mundiais, tal como Barack Obama e Hilary Clinton.

Então eu posso concluir que, por conhecer o Homero, estou a apenas 3 graus de separação de Paul McCartney e de Bill Clinton. Mas já estive muito mais longe. Afinal só conheci o Homero pelo relacionamento profissional dele com a minha esposa. Dá para concluir então que você consegue encurtar distâncias a medida que aumenta sua rede de contatos, sejam pessoais ou profissionais.

Depois de conhecer melhor a Teoria dos Seis Graus de Separação, você concorda que todas as pessoas no mundo estão distantes por apenas 6 apertos de mão? Se sim, deve ter algum caso parecido ao do Homero. Você sabe a quantos graus está dos seus ídolos? Se você conseguiu chegar até eles, foi tão difícil assim estabelecer esse contato? Convido você a contar sua experiência de networking aqui. Compartilhe seu caso conosco!

21 de set. de 2010

Qual é a distância entre você e qualquer outro profissional que atua no seu mercado?

Todo e qualquer mercado profissional é composto por pessoas que não estão tão distantes entre si quanto imaginam. Por maior que um segmento empresarial possa parecer, a quantidade de profissionais que atuam nele é bastante reduzida. Escolha qualquer mercado – o de tecnologia, o do agronegócio, o petroquímico, o da política, o meio artístico. Seja qual for o mercado em que você atua, pode ter certeza que os demais profissionais nele presente estão a poucos apertos de mão de você.

Vamos explorar o futebol brasileiro como exemplo. Qual é a distância entre o Pelé, maior jogador de todos os tempos, e o atacante Leandro Amaral, que já atuou nos principais clubes paulistas e cariocas e joga atualmente no Flamengo? Eles estão separados por apenas uma pessoa, Carlos Alberto Parreira. Preparador físico na Copa de 1970, Parreira trabalhou com os craques que conquistaram o tri-campeonato mundial para a Seleção Brasileira de futebol. Depois de quase 40 anos de profissão, Parreira comandou o Fluminense no ano passado, que tinha Leandro Amaral no ataque.

Se você analisar o currículo profissional de Carlos Alberto Parreira, dá para imaginar a quantidade imensa de profissionais desse esporte com quem ele tem contato direto. Além de preparador físico da seleção brasileira nas Copas de 1970 e 1974, dirigiu em Mundiais as seleções do Kuwait, dos Emirados Árabes, do Brasil e da Arábia Saudita. Em 2003, reassumiu a seleção brasileira. Trabalhando bem próximo à Parreira, por mais de 4 décadas, está Mário Jorge Lobo Zagallo. Como jogador, Zagallo disputou duas Copas do Mundo e como treinador, foi o único a dirigir o Brasil em três Copas. Também foi coordenador da seleção em 1994 e em 2006. Pela bagagem que esses dois profissionais tem nesse mercado, podemos afirmar então que todos as pessoas que trabalham com futebol profissional no Brasil não estão muito distantes entre si.

O mesmo podemos afirmar do mercado da teledramaturgia brasileiro. Nessa semana foi comemorado os 60 anos da TV no Brasil. Uma festa realizada no sábado passado em São Paulo reuniu grandes nomes do meio artístico. Entre eles, o grande ator, diretor e dublador Lima Duarte, que trabalha nessa indústria desde o início. E qual seria a distância desse ícone das telenovelas para o canastrão Márcio Garcia. Essa é fácil. Eles estão diretamente ligados. Márcio interpretou Bahuan na novela global Caminho das Índias em 2009, que era filho de Shankar, personagem de Lima Duarte. Então também podemos afirmar que, virtualmente, todos os profissionais da teledramaturgia estão ligados entre si por apenas poucos apertos de mão. Claro que sim!

No Brasil não temos um banco de dados tão completo e organizado como nos Estados Unidos. O site The Internet Movie Database (www.imdb.com) guarda o histórico de todos os filmes já rodados naquele país e os atores que neles atuaram. Com essas informações, é possível conhecer com exatidão qual é a distância que separa qualquer profissional de Hollywood. Por exemplo, qual seria a ligação do mestre do suspense Alfred Hitchcock e o ator Kevin Bacon? Hitchcock trabalhou em “Show Business at War” em 1943 com Orson Welles. Este atuou no filme “A Safe Place” de 1971 com Jack Nicholson, que contracenou com Kevin Bacon em “A Few Good Men” em 1992.

Kevin Bacon, por sinal, é o melhor exemplo de como todos estão ligados entre si no mundo chamado Hollywood. Em uma brincadeira, três estudantes do Estado Americano da Pennsylvania em 1994 tentaram provar que o ator Kevin Bacon era o centro do universo hollywoodiano. Utilizando o banco de dados do IMDB, eles conseguiram provar que mais de um milhão de atores, de qualquer estilo de filmes e de todos os tempos, estavam de alguma forma ligados a esse ator inexpressivo. Essa brincadeira ganhou projeção nacional e logo virou um site chamado de Oráculo de Bacon (http://oracleofbacon.org). Nesse site você consegue simular todas as ligações possíveis e até as inimagináveis.

Foi então criado o conceito do Número Bacon, que é a média com que cada profissional do cinema se ligava a este ator. O número de Kevin Bacon é 2,970. Isso significa que, na média, ele pode chegar a qualquer um dos mais de um milhão de atores com no máximo três contatos. O Número Bacon demonstra fatos curiosos. Mel Blanc, cujo nome é totalmente desconhecido do grande público, tem muito mais atuações que Bacon. Ele era a voz dos mais conhecidos personagens de desenho animado, tais como Pernalonga, Pica-pau, Patolino, Gaguinho, Tom & Jerry, Barney Rubble, Capitão Caverna, Taz, Hardy, etc. Mel tem o número 3,208, ou seja, está quase a mesma distância de Bacon dentro desse universo. Jenna Jameson, considerada a “Rainha do Pornô” e que já ganhou mais de 20 prêmios da indústria pornográfica, tem o número médio 3,291. Curiosamente, tanto Mel Blanc como Jenna Jameson estão ligados a Kevin Bacon por apenas um amigo em comum.

Vamos aplicar os exemplos de Mel e Jenna a outro mercado, como o de tecnologia. Esse é um mercado imenso, que inclui fabricantes, prestadores/operadoras de serviços, distribuidores, revendedores, seja de hardwares ou de softwares, etc. Aí temos diversas áreas, tais como Tecnologia da Informação, Telefonia Móvel ou Fixa. Supondo então que Kevin Bacon fosse um diretor de TI em um banco, Mel Blanc fosse um técnico de campo de um fabricante de centrais telefônicas e Jenna Jameson uma gerente de uma operadora de telefonia celular. É muito provável que eles estejam distantes entre si através de alguns poucos contatos. Você duvida? É só se lembrar quantas “coincidências” você já encontrou no seu mercado. Amigos em comum que você nem imaginava que eles se conheciam.

A má notícia para você é que qualquer deslize na sua carreira será de conhecimento de todos naquele mercado. Por outro lado bom, se você é um profissional competente, seus méritos também abrirão muitas portas. Exercite seu networking e esteja bem conectado aos principais profissionais do mercado!

15 de set. de 2010

Você lembra como a crise americana afetou o seu bolso aqui? Ela ainda está aí!

Hoje faz exatamente dois anos do início da maior crise econômica mundial desde a Grande Depressão nos Anos 30. Foi em uma segunda-feira, no dia 15 de setembro de 2008, que o Lehman Brothers – o quarto maior banco de investimentos dos Estados Unidos – entrou com o maior pedido de falência da história. Esse marco desencadeou a queda da primeira peça de um dominó gigante, que continua caindo até hoje e afetando economias em todo o mundo. E como vivemos em um mundo conectado, isso também afetou o seu bolso por aqui.

Mas se engana quem pensa que essa crise começou nesse dia. Esse dominó começou a cair cerca de dois anos antes, quando a bolha imobiliária norte-americana começou a inflar. Para que você entenda como uma ação que aconteceu a milhares de quilometros daqui afeta o seu dia-a-dia, reproduzo abaixo trechos de um texto de Weslei Dourado publicado no portal Administradores na época que a crise estourou. Ele conta a estória de Paul, um cidadão-modelo americano e como ele ajudou a criar a crise.

Paul comprou um apartamento, no começo dos anos 90, por 300.000 dólares financiado em 30 anos. Em 2006 o apartamento do Paul passou a valer 1,1 milhão de dólares. Aí, um banco perguntou pro Paul se ele não queria uma grana emprestada, algo como 800.000 dólares, dando seu apartamento como garantia. Ele aceitou o empréstimo, fez uma nova hipoteca e pegou os 800.000 dólares. Vendo que imóveis não paravam de se valorizar, Paul comprou 3 casas em construção, dando metade como entrada. Com a outra metade comprou um carro novo pra ele, deu um carro para cada filho e com o resto do dinheiro equipou toda a casa com as maravilhas tecnológicas. Tudo financiado, tudo a crédito. A esposa do Paul, sentindo-se rica, sentou o dedo no cartão de crédito.

Em agosto de 2007 começaram a correr boatos que os preços dos imóveis estavam caindo. As casas que o Paul tinha dado entrada e estavam em construção caíram vertiginosamente de preço. O negócio era refinanciar a própria casa, usar o dinheiro para comprar outras casas e revender com lucro. Parecia fácil. Só que todo mundo teve a mesma idéia ao mesmo tempo. Então, as taxas que o Paul pagava começaram a subir e ele percebeu que seu investimento em imóveis se transformara num desastre. Milhões tiveram a mesma idéia.

As casas que o Paul comprou para revender ficaram prontas e ele tinha que pagar uma grande parcela. Só que Paul achava que já teria revendido as 3 casas. Mas como a oferta de casas nesse momento era maior que a procura, ou não havia compradores ou os que havia só pagariam um preço muito menor que o Paul havia pago. Paul então deixou de pagar aos bancos as hipotecas da casa que ele morava e das 3 casas que ele havia comprado como investimento. Os bancos ficaram sem receber de milhões de dólares de especuladores imobiliários iguais a ele. Paul não conseguiu renegociar a dívida com os bancos e entregou as 3 casas que comprou como investimento, perdendo tudo. As casas devolvidas não tinham compradores e por isso os bancos ficaram descapitalizados.

Milhões de Pauls deixaram de pagar aos bancos os empréstimos que haviam feito baseado nos preços dos imóveis. Mas os bancos já haviam transformado esses empréstimos em títulos negociáveis por todo o mercado, principalmente nos bancos americanos, mas também em bancos europeus e asiáticos. Com a inadimplência dos Pauls esses títulos começaram a valer pó. Os bancos pararam de emprestar por medo de não receber. Os Pauls pararam de consumir porque não tinham crédito. Mesmo quem não devia dinheiro não conseguia crédito nos bancos e quem tinha crédito não queria dinheiro emprestado. O medo de perder o emprego fez a economia travar. Recessão é sentimento, é medo. Mesmo quem pode, pára de consumir.

E em um mundo globalizado, a queda no consumo na maior economia do mundo afeta diretamente a cadeia produtiva em todos os países que dependem dela. O Brasil foi um dos países que conseguiu se recuperar mais rapidamente dos efeitos dessa crise, mas não sem deixar marcas profundas por aqui. O impacto foi sentido primeiro nos bolsos de investidores, mesmo de um simples assalariado que investia seu dinheiro na bolsa. A desconfiança se espalhou pelo mercado. Os empréstimos por aqui tmabém sumiram. O comércio desaqueceu e a indústria começou a demitir. Os calotes aumentaram.

A receita adotada pelo governo funcionou rapidamente e tem feito a máquina funcionando bem até hoje. A injeção de dinheiro na base da pirâmide fez com que as classes D e E subissem de patamar. Com isso, passaram a consumir mais. As indústrias produzem mais e por isso precisam de mais empregados. Mais pessoas pagando impostos, colocam mais dinheiro nos cofres públicos, que voltam à base da pirâmide para que eles continuem gastando. Os bancos ficam confiantes com o modelo e emprestam mais dinheiro para girar a roda ainda mais forte. Mas como todo modelo econômico, o perigo mora ao lado. Todas as partes que fazem essa roda girar estão intimamente ligadas a outras rodas ao redor do mundo. Se uma se romper, todas voltam a desacelerar ou parar completamente, impactando no seu bolso uma vez mais.

Nesse mundo conectado em que vivemos temos que estar atentos a todos os eventos, em qualquer parte do mundo, mesmo aqueles que parecem que nunca afetarão nosso dia-a-dia.

8 de set. de 2010

As pessoas da sua rede de relacionamento sabem o que você faz?

A menos que você seja um agente secreto ou um criminoso foragido, é muito importante contar para todos da sua rede de relacionamento o que você, faz, quer, precisa, procura, pensa, e assim por diante. Acredite, grandes oportunidades aparecem de onde você menos espera, sejam pessoais ou profissionais.

Uma amiga te indica para uma vaga só porque ele ficou sabendo em uma conversa rápida que você estava procurando outro emprego. Um primo comenta sobre um vizinho que está doando uns filhotes porque ele soube que você está querendo um cachorrinho para seus filhos. Um colega do trabalho soube que você está saindo de férias e te oferece milhas pela metade do preço para você viajar com a família.

Como me ensinou uma amiga – “A oportunidade é um bichinho peludo na frente e pelado atrás. Se você não o agarrar quando ele vem, não vai conseguir quando ele passar”. E esses “bichinhos” só vem na sua direção quando todos os seus contatos, pessoais e profissionais, têm pelo menos uma ideia de como podem te ajudar. Obviamente, as redes sociais são as melhores ferramentas para contar aos seus contatos o que você está pensando, precisando, etc. Não é a toa que empresas estão se organizando e utilizando fortemente essas ferramentas para atingir públicos bem qualificados.

Por mais efetivas que as ferramentas virtuais sejam, nada melhor que o contato pessoal para atualizar sua rede de relacionamento. Um bate-papo em uma festa, uma conversa ao pé do ouvido em um congresso, um almoço de negócios, uma pizza em casa – todas são ótimas ocasiões para colocar o assunto em dia. Cedo ou tarde, essas pessoas podem esbarrar justamente naquele “bichinho” que você tanto procura. E como amigos, eles o levarão até o seu encontro. Simples assim, sem esperar nada em troca!

Para você não pensar que eu sigo a filosofia do “faça o que eu digo, não o que eu faço”, gostaria de exemplificar o que fazer em dois eventos que terei nessa semana. Uma delas será a festa de aniversário de 70 anos do meu pai. O outro evento é o show da minha banda, que acontece só uma vez por ano. Justamente por isso recebe o distinto título de “O Show do Ano”. Os dois acontecimentos tem perfis bastante diferentes e por isso a melhor forma de abordagem e divulgação dos seus feitos e necessidades devem ser também distintos. Vamos aos exemplos.

A minha família é bem grande, como a de muitas pessoas. Meus parentes costumam dizer que são em festas como essas ou em velórios que toda família tem a rara oportunidade de se reunir por algumas horas. Também como em muitas famílias, temos parentes mais próximos e que vivem realidades semelhantes às nossas e temos aqueles bem distantes, que parecem viver em um outro mundo, e que por isso, nem valeria a pena se aproximar durante a festa. Lembre-se que qualquer um deles tem a mesma probabilidade de encontrar o tal “bichinho” que você procura. Portanto, manter um bom relacionamento com todos é muito importante.

Nas rodas com os parentes mais próximos, você se sente à vontade de falar da sua vida, tipo os seus planos de férias. Também fala abertamente dos desafios do seu trabalho e daquele projeto que você está trabalhando e está buscando um parceiro estratégico. Quem sabe o marido da sua prima não trabalha justamente com isso. Com aquele parente mais distante, você pode comentar como você se aproximou dos primos quando eles entraram na sua rede no Facebook. Você então pode convidá-lo a fazer parte da sua rede e terá mais chances de divulgar o que você pensa ou precisa.

Já no “Show do Ano” as possibilidades não estão no evento em si e sim no convite. Quando você convida todos os seus amigos para prestigiar um evento desse tipo, pode ter as mais diversas reações. No meu caso, aqueles que não sabiam que eu toco em uma banda, passam a me conhecer melhor e muitas vezes entram em contato para saber mais sobre esse hobby. Isso dá abertura para vocês se atualizarem.

Aqueles que sabem da banda e gostam de rock normalmente entram em contato para confirmar a presença ou ao menos para dar um apoio. São nessas ocasiões que você também tem como divulgar outros pontos interessantes. E também existem aqueles que conhecem a banda e não gostam de rock, por isso nunca irão ao show. Raramente essas pessoas vão entrar em contato. Mesmo assim, você voltou a entrar no radar, ou seja, elas lembraram que você existe. Quem sabe um deles não está buscando um profissional exatamente com o seu perfil justo no dia que recebeu o convite?

Claro que você não precisa ter uma banda de rock pode colocar isso em prática. Qualquer outro evento pode ser divulgado aos amigos, seja seu ou de alguém que você apoia. Pode ser a exposição das suas obras de arte, apresentação de dança da sua filha ou da peça de teatro que seu irmão vai atuar. Junto com a divulgação desse evento, vem a oportunidade de contar para todo mundo qual é a cara do “bichinho” que você está procurando.

31 de ago. de 2010

O que você sabe sobre quem você vai votar nas próximas eleições?

Como já diziam nossos pais: “Diga-me com quem andas e eu te direi quem és”. E é na política, mas do que em qualquer outra área, que esse ditado popular faz mais sentido. Afinal, uma das definições do substantivo “política” é a habilidade de alcançar objetivos através de relações humanas. E para saber o que esperar de um candidato, é muito importante saber quais são as relações interpessoais que marcaram sua vida pública. Em outras palavras, é sabendo com quem um político anda (ou já andou) que podemos dizer quem ele é (ou será)!

Daqui a pouco mais de um mês teremos eleições para Deputado Estadual, Deputado Federal, Senador, Governador e para Presidente. Serão essas pessoas que lutarão por nossos direitos e definirão o nosso futuro. Apesar da importância das funções que esses candidatos ocuparão, nós eleitores não dedicamos a devida atenção para esse assunto. Ao invés de discutir o tema com seriedade, é mais comum ouvir os eleitores achando graça dos candidatos aventureiros e totalmente desqualificados para assumir cargos tão importantes.

O horário político e as propagandas partidárias mostram apenas o que convém para os candidatos. Por outro lado, as campanhas adversárias tendem a exagerar nas críticas aos seus oponentes. Já as mídias de massa, até por falta de espaço, se limitam a noticiar somente os fatos relevantes do presente, omitindo os relacionamentos passados daquele político. Como obter então o histórico do seu candidato? Como saber com quem ele se relacionou na sua vida pública até o momento? Serão esses “amigos” do passado que provavelmente vão o influenciar, assessorar e até ocupar cargos de destaque em seu futuro mandato.

Os meios digitais estão fazendo uma grande diferença nessas eleições. Praticamente todos os candidatos, principalmente aos cargos do Executivo, possuem alguma forma de interação com seus eleitores, seja por redes sociais, blogs ou salas de bate-papo. Além disso, várias ONGs fazem trabalhos investigativos e de acompanhamento da carreira política dos candidatos, tal como a divulgação dos barrados pelo Projeto Ficha Limpa. Da mesma forma que fazíamos na época de escola, devemos nos aprofundar nas pesquisas, se aproveitando do fácil acesso online ao histórico de quem nos representará. Só assim você conhecerá a fundo quem merece seu voto para cada um desses importantes cargos públicos.

Mas você já está muito descrente da política. São tantos escândalos, tantas investigações que não dão em nada. Do que adianta ter tanto trabalho para conhecer melhor seu candidato, se aqueles envolvidos em corrupção vão continuar recebendo votos das pessoas que não farão essa lição de casa? As estatísticas mostram que você é voto vencido! O Brasil tem 136 milhões de eleitores. Menos de 40 milhões de pessoas tem acesso regular à Internet. A Revista Veja, que tem a maior tiragem do país, tem pouco mais de um milhão de assinantes. O jornal impresso com maior tiragem, a Folha de São Paulo, tem um terço dessa tiragem. Portanto, o acesso a informação imparcial e de qualidade é um privilégio de poucos. Entretanto, quem tem informação, tem poder! Nesse caso, o poder do networking é que pode fazer toda diferença.

Se apenas 1.000 pessoas fizeram uma pesquisa detalhada sobre seus candidatos e se comprometerem a divulgar suas descobertas à 50 pessoas, já seriam 50 mil pessoas com o mesmo nível de informação qualificada. Com mais pessoas se empenhando nessa tarefa, é possível chegar facilmente a 300 mil votos. Isso já será suficiente para eleger um Deputado Estadual em São Paulo. Se essas 50 pessoas repassarem a informação adiante para outras 50 e assim por diante, praticamente todos os eleitores do país teriam sido instruídos em apenas três conversas!

Portanto, seu papel como pessoa bem informada, disseminadora de conhecimento e formadora de opinião é a de “vender” sua pesquisa nos próximos 30 dias. É contar àqueles com menos acesso à informação tudo o que você sabe sobre política e sobre quem vive dela. Elas precisam saber o que estão perdendo por eleger o candidato mais engraçado, o mais bonito ou o mais “povão”. Além de falta de qualificação para atuar no Executivo ou no Legislativo do nosso país, esses políticos também podem ter péssimas companhias. Por isso, diga a todos com quem eles andam, para que saibam quem eles realmente são!