31 de ago. de 2010

O que você sabe sobre quem você vai votar nas próximas eleições?

Como já diziam nossos pais: “Diga-me com quem andas e eu te direi quem és”. E é na política, mas do que em qualquer outra área, que esse ditado popular faz mais sentido. Afinal, uma das definições do substantivo “política” é a habilidade de alcançar objetivos através de relações humanas. E para saber o que esperar de um candidato, é muito importante saber quais são as relações interpessoais que marcaram sua vida pública. Em outras palavras, é sabendo com quem um político anda (ou já andou) que podemos dizer quem ele é (ou será)!

Daqui a pouco mais de um mês teremos eleições para Deputado Estadual, Deputado Federal, Senador, Governador e para Presidente. Serão essas pessoas que lutarão por nossos direitos e definirão o nosso futuro. Apesar da importância das funções que esses candidatos ocuparão, nós eleitores não dedicamos a devida atenção para esse assunto. Ao invés de discutir o tema com seriedade, é mais comum ouvir os eleitores achando graça dos candidatos aventureiros e totalmente desqualificados para assumir cargos tão importantes.

O horário político e as propagandas partidárias mostram apenas o que convém para os candidatos. Por outro lado, as campanhas adversárias tendem a exagerar nas críticas aos seus oponentes. Já as mídias de massa, até por falta de espaço, se limitam a noticiar somente os fatos relevantes do presente, omitindo os relacionamentos passados daquele político. Como obter então o histórico do seu candidato? Como saber com quem ele se relacionou na sua vida pública até o momento? Serão esses “amigos” do passado que provavelmente vão o influenciar, assessorar e até ocupar cargos de destaque em seu futuro mandato.

Os meios digitais estão fazendo uma grande diferença nessas eleições. Praticamente todos os candidatos, principalmente aos cargos do Executivo, possuem alguma forma de interação com seus eleitores, seja por redes sociais, blogs ou salas de bate-papo. Além disso, várias ONGs fazem trabalhos investigativos e de acompanhamento da carreira política dos candidatos, tal como a divulgação dos barrados pelo Projeto Ficha Limpa. Da mesma forma que fazíamos na época de escola, devemos nos aprofundar nas pesquisas, se aproveitando do fácil acesso online ao histórico de quem nos representará. Só assim você conhecerá a fundo quem merece seu voto para cada um desses importantes cargos públicos.

Mas você já está muito descrente da política. São tantos escândalos, tantas investigações que não dão em nada. Do que adianta ter tanto trabalho para conhecer melhor seu candidato, se aqueles envolvidos em corrupção vão continuar recebendo votos das pessoas que não farão essa lição de casa? As estatísticas mostram que você é voto vencido! O Brasil tem 136 milhões de eleitores. Menos de 40 milhões de pessoas tem acesso regular à Internet. A Revista Veja, que tem a maior tiragem do país, tem pouco mais de um milhão de assinantes. O jornal impresso com maior tiragem, a Folha de São Paulo, tem um terço dessa tiragem. Portanto, o acesso a informação imparcial e de qualidade é um privilégio de poucos. Entretanto, quem tem informação, tem poder! Nesse caso, o poder do networking é que pode fazer toda diferença.

Se apenas 1.000 pessoas fizeram uma pesquisa detalhada sobre seus candidatos e se comprometerem a divulgar suas descobertas à 50 pessoas, já seriam 50 mil pessoas com o mesmo nível de informação qualificada. Com mais pessoas se empenhando nessa tarefa, é possível chegar facilmente a 300 mil votos. Isso já será suficiente para eleger um Deputado Estadual em São Paulo. Se essas 50 pessoas repassarem a informação adiante para outras 50 e assim por diante, praticamente todos os eleitores do país teriam sido instruídos em apenas três conversas!

Portanto, seu papel como pessoa bem informada, disseminadora de conhecimento e formadora de opinião é a de “vender” sua pesquisa nos próximos 30 dias. É contar àqueles com menos acesso à informação tudo o que você sabe sobre política e sobre quem vive dela. Elas precisam saber o que estão perdendo por eleger o candidato mais engraçado, o mais bonito ou o mais “povão”. Além de falta de qualificação para atuar no Executivo ou no Legislativo do nosso país, esses políticos também podem ter péssimas companhias. Por isso, diga a todos com quem eles andam, para que saibam quem eles realmente são!

Um comentário:

  1. Mario Silva31/8/10 7:09 PM

    Ótimo texto Sales!
    Parabéns!!!
    Talvez seja a idade, talvez seja a experiência adquirida...não sei ao certo. Mas o fato é que a cada eleição entendo que meu tempo está acabando. Meu tempo como parte viva da história deste país. O senso de urgência está em alerta. Você tem toda a razão: é momento de fazer nossa parte como formadores de opinião. Grande abraço!

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