31 de jan. de 2011

Palestra "Networking Aplicado a Vendas"

Se você tem acompanhado e curte os artigos do blog Network-4-Sales, vai gostar de participar da palestra gratuita "Networking Aplicado a Vendas", que eu apresentarei mais uma vez na Business School São Paulo (BSP) no dia 10/02, quinta-feira da próxima semana, a partir das 20 horas.

Essa palestra o ajudará a entender que, em vendas, construir e manter sua rede de contatos é vital para o seu sucesso. Mas como encontrar os contatos corretos? Como estabelecer um relacionamento que transforme seu cliente em parceiro, potencializando suas vendas? Você irá descobrir que seu cliente está mais perto do que você imagina e que mantê-lo na sua rede de contatos traz tantos benefícios para você quanto para ele.

Seguem mais informações sobre o evento:
BSP – Campus Paulista
Avenida Paulista, 2.000 – 12º andar
Data: 10 de Fevereiro de 2011, quinta-feira
Horário: 20:00 horas
Duração: 90 minutos
Custo: GRATUITO

Inscrições pelo site: http://www.bsp.edu.br/eventos

Espero vocês lá!

Luiz Sales









23 de jan. de 2011

O que é preciso para ser Ministro de Estado no Brasil?

Uma das primeiras atribuições de Dilma Rousseff no seu primeiro dia útil na Presidência da República foi empossar os 37 Ministros de Estado que formam o Poder Executivo e que a ajudarão a governar o Brasil nos próximos quatro anos. Ocupar um desses ministérios é uma das funções mais importantes do país.


Como acontece quando procuramos emprego, para conseguir uma boa posição precisamos apresentar um bom currículo educacional, qualificação técnica e experiência comprovada. É de se esperar então que os profissionais escolhidos para os cargos de Ministros de Estado sejam os mais preparados para ocupar suas pastas, certo? Infelizmente não! Então, o que é preciso para ser Ministro no Brasil? A resposta, via de regra, é o networking!

Prova de que o networking é o critério mais utilizado nas nomeações é a quantidade de Ministros filiados aos partidos que compõem a base aliada do Governo. Dos 37 ministros, 17 são filiados ao PT, 6 ao PMDB e 2 ao PSB. Os aliados nanicos PP, PDT, PR e PCdoB ficaram com uma pasta cada um. É sabido que as alianças partidárias, os conchavos políticos, são feitos antes das eleições com a contrapartida de nomeações futuras em diversos níveis do Poder Executivo.

Vamos citar alguns exemplos evidentes de networking nas nomeações para chefiar os ministérios de Dilma. O novo Ministro da Casa Civil Antônio Palocci (PT) é um antigo conhecido no cenário político brasileiro. Ele foi Ministro da Fazenda do governo Lula e deixou a pasta por causa do escândalo do "Mensalão". Palocci volta ao governo no mesmo posto ocupado por Dilma antes de ser eleita Presidente. Ele foi um dos coordenadores da campanha e sempre esteve próximo de Lula e do PT mesmo depois do seu afastamento.

Outro político que participou ativamente da campanha de Dilma foi o secretário-geral do PT José Eduardo Cardozo. Advogado e Deputado Federal por dois mandatos, Cardozo foi nomeado para ser o Ministro da Justiça. O novo Ministro de Ciência e Tecnologia também não tem as qualificações ideais para ocupar essa pasta. Aloizio Mercadante (PT) é economista e ganhou o cargo como prêmio de consolação depois de ser derrotado nas eleições para o governo paulista em 2010.  

Competência também não é um dos critérios utilizados na escolha de Ministros de Estado. Fernando Haddad (PT), que assumiu o Ministério da Educação em 2005 foi mantido no posto mesmo após dois episódios de má gestão relacionados ao Enem. O programa Prouni (Universidade Para Todos) perdeu credibilidade e milhares de estudantes foram prejudicados com esses eventos.

Mesmo chegando ao poder através do networking, existem casos de Ministros não técnicos que mostram competência a frente de suas pastas em gestões anteriores. Esses são os casos de Guido Mantega (PT), que foi mantido no cargo de Ministro da Fazenda que ocupa há cinco anos. Sob sua gestão, a economia brasileira cresceu de forma consistente. O Ministro dos Esportes Orlando Silva (PCdoB) também foi mantido na pasta e traz no seu currículo a realização dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro, em 2007, e a conquista dos direitos para sediar a Copa do Mundo de 2014 no Brasil e os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.

Como toda regra tem exceção, pelo menos quatro Ministros possuem sim qualificação para ocupar esses cargos importantes. Esse é o caso do novo Presidente do Banco Central, Ministro Alexandre Tombini, que é funcionário dessa instituição desde 1995, onde trabalhou na formulação do regime de metas de inflação. A Ministra da Cultura Ana de Hollanda é irmã do compositor Chico Buarque de Hollanda e foi diretora do centro de música da Funarte. Izabella Teixeira, nova Ministra do Meio Ambiente, é bióloga com doutorado em Planejamento Ambiental e funcionária de carreira do Ibama desde 1984. O Ministro das Relações Exteriores Antônio Patriota foi embaixador do Brasil em Washington, e por isso tem boas relações com autoridades norte-americanas.

Qualificados ou não, merecedores ou não, ser Ministro de Estado é um emprego importante e muito bem pago. Eles recebem o teto salarial do Executivo (R$ 26.723,13) e ainda têm todas as despesas bancadas pelo governo, tais como moradia, alimentação, transporte, serviços médicos, segurança, escritórios regionais, etc. Além disso, os Ministros podem aumentar a remuneração mensal com a participação em conselhos de empresas estatais. Quando chefiava a Casa Civil, por exemplo, Dilma Rousseff dobrava o seu salário por participar dos conselhos da Petrobrás e da BR Distribuidora.

Então, se um dia você quiser uma “boquinha” dessas, é bom começar a trabalhar seu networking hoje mesmo!

17 de jan. de 2011

Quem foi a principal personagem da novela Passione?

A novela das nove chegou ao fim depois de 35 semanas de picos de audiência para a Globo. Passione deu o que falar, principalmente no último capítulo, quando foram revelados os dois principais segredos da trama – quem matou Eugênio e Saulo Gouveia.

Independente das opiniões sobre a novela, o autor Silvio de Abreu conseguiu uma façanha em trabalhar com um elenco bem reduzido e ainda assim sustentar uma estória contagiante durante oito meses. O elenco principal tinha menos de 50 personagens, o que fez com que vários deles tivessem seus caminhos cruzados de diversas formas. Apesar de ser uma obra de teledramaturgia, Passione nos mostra como vivemos em mundos conectados. Esse networking entre os personagens bem que poderia acontecer na vida real.

Os núcleos se misturaram e se confundiraram diversas vezes. Todos no elenco estão distantes entre si no máximo por três graus de separação, mesmo aqueles personagens em núcleos sem qualquer relação. A divertidíssima Jaqueline Mourão, por exemplo, está a dois graus de separação do vilão Fred, já que seu marido Fortunato tinha contato com a família Lobato. O bigamo Berilo também está a dois apertos de mão de Diana, que também fazia parte da família Gouveia.

Pode-se dizer que o mundo criado pelo autor era literalmente um ovo, já que tinham Clara e Gemma no meio do enredo. As duas dividiam as atenções com Bete Gouveia, Antonio Mattoli e Frederico Lobato, que também estavam presentes nas principais cenas e envolvidos nos casos mais relevantes. Então, com tantos destaques, quem foi a principal personagem de Passione? Fazendo uma análise do networking dos núcleos e dos seus principais integrantes chegaremos a essa resposta. (Ver lista completa do elenco no final do texto)

Saulo Gouveia, por exemplo, se conecta em primeiro grau com todos os 19 participantes do Núcleo Gouveia, ao menos 7 integrantes do Núcleo Mattoli, 4 do Núcleo Metalúrgica, além de Fred e Clara, totalizando no mínimo 32 conexões diretas. Outro exemplo é do rei do lixo Olavo da Silva, que está separado em grau 1 com todos os 7 integrantes do Núcleo Silva, além dos Núcleos Gouveia e Mattoli, o que soma 35 conexões.

Clara, apesar de ter passado por várias fases ao longo da novela, nunca teve relação com a metalúrgica nem com a família Silva, o que deixa a vilã com 40 conexões diretas. Gemma está no centro do Núcleo Mattoli e diretamente ligada a família Gouveia. Ela também teve contato com os Núcleos de Fred e Clara. À exceção da Metalúrgica, Gemma estava conectada com praticamente todos do elenco, contabilizando pelo menos 42 conexões. Fred tinha conexões diretas com quase todos os personagens, menos com o Núcleo Silva. Isso deixa o vilão com ao menos 44 pessoas ligadas em grau 1.

Mas a principal personagem da novela, aquela que tinha conexões com a maior parte do elenco, foi a matriarca Bete Gouveia. Ela circulava por todos os núcleos com exceção dos 3 funcionários da cantina, mas que não fazem parte do elenco principal. Ao todo, Dona Bete teve contato direto com as 51 personagens da trama.

Tenha você adorado ou odiado a trama elaborada por Silvio de Abreu, temos que parabenizá-lo pela habilidade em trabalhar em tantas frentes com tão poucas variáveis. Ele foi um mestre do networking.

ELENCO DA NOVELA PASSIONE

Núcleo Gouveia (20)
1. Fernanda Montenegro - Bete Gouveia
2. Mauro Mendonça - Eugênio Gouveia
3. Mayana Moura - Melina Gouveia
4. Marcello Antony - Gerson Gouveia
5. Werner Schünemann - Saulo Gouveia
6. Maitê Proença - Stela Gouveia
7. Cauã Reymond - Danilo Gouveia
8. Kayky Brito - Sinval Gouveia
9. Tammy Di Calafiori - Lorena Gouveia
10. Gabriel Wainer - Chulepa
11. Leonardo Villar - Antero Gouveia
12. Cleyde Yáconis - Brígida Gouveia
13. Elias Gleiser - Diógenes Santarém
14. Rodrigo Lombardi - Mauro Santarém
15. Carolina Dieckmann - Diana Rodrigues
16. Emiliano Queiroz - Nonno Benedetto
17. Marcelo Médici – Mimi Benedetto
18. Julio Andrade - Arthurzinho
19. Debora Duboc - Olga
20. Giulio Lopes - Dr. Cavarzere

Núcleo Mattoli (08)
21. Tony Ramos – Antonio Mattoli (Totó)
22. Aracy Balabanian - Gemma Mattoli
23. Germano Pereira - Adamo Mattoli
24. Marcella Valente – Francesca
25. Daniel de Oliveira - Agnello Mattoli
26. Leandra Leal - Agostina Mattoli
27. Edoardo Dell’Aversana - Dino Mattoli Rondelli
28. Miguel Roncato - Alfredo Mattoli

Núcleo Fred (06)
29. Reynaldo Gianecchini - Frederico Lobato
30. Vera Holtz Maria - Candelária Lobato
31. Larissa Maciel - Felícia Lobato
32. Bianca Bin - Fátima Lobato
33. André Frambach - Cridinho
34. Pedro Lobo - Amendoim

Núcleo Clara (03)
35. Mariana Ximenes - Clara Medeiros
36. Carol Macedo - Kelly Miranda
37. Daisy Lúcidi - Valentina Miranda

Núcleo Silva (08)
38. Francisco Cuoco - Olavo da Silva
39. Irene Ravache - Clô Souza e Silva
40. Gabriela Duarte - Jéssica da Silva Rondelli
41. Bruno Gagliasso - Berilo Rondelli
42. Flávio Migliaccio – Fortunato da Silva
43. Alexandra Richter - Jaqueline Mourão da Silva
44. Simone Gutierrez - Lurdinha
45. Andrea Bassit - Guida

Núcleo Metalúrgica (05)
46. Kate Lyra - Myrna
47. Adriana Prado – Laura Melo Peixoto
48. Rodrigo dos Santos – Roberto Noronha
49. Gabriela Carneiro da Cunha – Cristina de Lima
50. Mário Sérgio Prettini – Charles

Núcleo Cantina (04)
51. Daniel Boaventura - Diogo
52. Luiz Serra - Talarico
53. Priscila Assum - Edneia
54. Magda Gomes - Das Dores

11 de jan. de 2011

É possível fazer 500 milhões de amigos sem fazer um inimigo?

Essa pergunta é a chamada do filme “A Rede Social”, ainda em cartaz nos cinemas brasileiros. O filme, inspirado no livro “Bilionários por Acaso”, conta os bastidores da criação do Facebook, o maior site de relacionamento do mundo que recentemente ultrapassou a incrível marca de meio bilhão de usuários. Quem, assim como eu, leu o livro e assistiu o filme vai concordar que, mais uma vez, a versão cinematográfica não retrata tão bem a trama quanto o livro, além de enaltecer muito mais as qualidades negativas do personagem central – o mentor intelectual e fundador do site Mark Zuckerberg.

Apesar de ser a peça central da trama, Zuckerberg não contribuiu nem para o livro nem para o filme. Ambos foram elaborados com os testemunhos das pessoas que, de alguma forma, interagiram com Mark desde antes da criação do site até recentemente. Como toda estória tem sempre três lados, com apenas uma versão fica difícil julgar se Mark Zuckerberg é um herói ou um vilão. O que todos concordam é que Mark já vinha colecionando inimigos muito antes de ter a inspiração para criar o site que o levaria ao estrelato.

Analisando a trama da criação do site encontramos diversos pontos relacionados ao networking. Um deles foi mostrado pela interconectividade da rede de computadores da Universidade de Harvard, que permitiram que o hacker Zuckerberg invadisse facilmente os bancos de dados de cada alojamento e criasse o site Facesmash.com. Outro ponto relatado com mais detalhes no livro é a forma com que empresas de renome da internet estão interligadas por seus principais executivos. Sean Parker, responsável por impulsionar o Facebook, é co-fundador do Napster e do Plaxo. Peter Thiel, fundador da firma de investimentos que fez o primeiro grande aporte de capital no Facebook, também é co-fundador do PayPal. Esse mesmo fundo contava ainda com a participação do criador do LinkedIn.

Os dois pontos mais emblemáticos relacionados ao networking, entretanto, são os Clubes Finais (final club) de Harvard e o efeito viral do Facebook.

Os Clubes Finais são instituições centenárias presentes nas mais importantes universidades do mundo e reúnem alunos que atendam alguns critérios do clube. A essência dos Clubes Finais é o relacionamento promovido entre os seus participantes. Muitos deles, depois de formados, se tornaram políticos poderosos, bem-sucedidos executivos, artistas cultuados ou atletas renomados. Como mostra o filme, fazer parte de uma dessas instituições é garantia de sucesso pessoal e profissional.

Por isso, os alunos de Harvard estavam sempre trabalhando em alguma iniciativa que os projetassem dentro da universidade, e assim, fossem convidados para participar do disputadíssimo processo de seleção de um dos Clubes Finais. O filme destaca dois desses clubes – o Porcellian e o Phoenix SK. O primeiro tinha como membros os gêmeos Cameron e Tyler Winklevoss, que se consideram os verdadeiros mentores intelectuais do Facebook e processaram Zuckerberg por ter lhes roubado a ideia. Já o Phoenix SK foi o clube em que o brasileiro Eduardo Severin foi admitido. Eduardo era amigo de Mark e co-fundador do site quando ainda era chamado de thefacebook.com. Por ter sido excluído do Facebook, Eduardo também processou Mark.

O último e mais relevante ponto é o efeito viral que fez com que o site ganhasse projeção global em tão pouco tempo. O Facebook não foi o primeiro site de relacionamentos na internet. Antes dele, o Friendster e o MySpace já eram bem conhecidos, mas nunca chegaram nem perto do êxito da rede social criada por Zuckerberg. E o que explica esse sucesso?

É muito difícil encontrar somente uma explicação, mas seguramente a habilidade de Mark como hacker e programador fizeram muita diferença. A interface amigável do site faz com que os usuários consigam acompanhar as atividades de seus amigos de forma simples e intuitiva. Herói ou vilão, só ele teve a destreza de colocar em prática várias ideias coletadas com as pessoas que o cercavam, inclusive daquelas que o acusaram de roubo ou de falta de ética. Isso só prova que “são de atos e não de ideias que as pessoas vivem”! (citação de Anatole France)