23 de abr. de 2012

Qual é sua turma? Por que isso é importante para o seu networking?

A partir da adolescência começamos a moldar nossa identidade pelas turmas, tribos e grupos que participamos.  As influências que nossos amigos exercem em nossa personalidade é o que, muitas vezes, definem nossas preferências, que vão desde o estilo de música até a nossa profissão no futuro. Temos a tendência de seguir os passos daqueles amigos mais próximos ou daqueles que nos servem de modelo.

Mas quando chegamos à fase adulta e já traçamos nosso destino, as turmas passam a ter outro papel importante - o de nos aproximar de pessoas com os mesmos gostos, mas que vivem em mundos completamente distintos. As turmas, portanto, tem a função de aumentar nossa rede de relacionamentos em direções surpreendentemente facinantes. Ainda mais surpreendentes são os resultados que você pode obter exercitando o networking com os membros desses grupos de amigos.

Caso você nunca tenha pensado em participar desses grupos de interesse, o primeiro passo para você encontrar qual é a sua turma é identificar algum tema que te dê prazer e depois procurar os grupos que discutem o assunto, de preferência em encontros periódicos. Vamos explorar a seguir alguns dos inúmeros exemplos de "turmas" para guiá-lo nesse universo e, assim, expandir sua rede e enriquecer seu networking:

- Esportes recreativos: a "pelada" de quarta-feira à noite com o pessoal da firma até serve para estreitar o relacionamento com os seus colegas de trabalho, mas não para expandir o seu networking. Prefira esportes menos populares, tais como escalada, rally, arco-e-flecha ou mergulho. Quanto menos praticantes, mais próximos eles são uns dos outros.  
- Atividades artísticas: se engana quem pensa que todo artista é uma pessoa alienada que vive em um universo paralelo e que, por isso, não pode adicionar nenhum valor ao seu networking. Se posso servir como exemplo, por vários anos eu participei de grupos de teatro, de coral e até de banda de rock. E posso te garantir que existem profissionais super competentes e pessoas incríveis frequentando essas turmas.
- Atividades sociais: quem pratica ou já praticou trabalho voluntário alguma vez na vida, sabe que essa turma não é formada apenas por jovens idealistas e aposentados querendo preencher o tempo. Muitas Organizações Não-Governamentais (ONG's) e outras entidades desenvolvem trabalhos sociais fantásticos. E as pessoas envolvidas nesses projetos possuem histórias de vida tão enriquecedoras, que tê-las em sua rede de relacionamento seria uma honra para você.
- Grupos de estudos: você não precisa querer se tornar um chef para fazer um curso de gastronomia. Você também não precisa ser um profissional para se especializar em fotografia. Não deve ser considerado um nerd só porque curte astronomia ou ufologia. Existem muitas pessoas interessantíssimas que estudam essas ciências como hobby e se reúnem para discutir suas descobertas. E é quando essas turmas se encontram que você percebe o quão valiosos são esses contatos para seu networking. 
- Colecionadores: a coleção pode até ser de itens sem tanto valor monetário, tais como selos ou gibis. Mas os amantes de filatelia ou de HQ (histórias em quadrinhos) participam de círculos de amizade super-ativos. Os fãs mais apaixonados por HQ, por exemplo, chegam a se caracterizar com as fantasias dos seus personagens favoritos, chamados de “Cosplay”. Esses fãs caracterizados participam de encontros e concursos até em outros países. Para quem olha de fora, parecem adultos que esqueceram de crescer, mas esses encontros são lugares ótimos para aumentar sua rede de relacionamento de forma inigualável.
- Clubes de antigomobilismo: é um grupo mais seleto de colecionadores pelo fato dos "brinquedos" serem bem mais caros. Para entrar nesse clube, você só precisa ser proprietário de um veículo antigo, seja carro ou moto. Pode ser um veículo tão acessível quanto uma motoneta Vespa ou tão excêntrico quanto uma Ferrari. Pode ser tão raro quanto um Ford T ou tão popular quanto um fusca. Para quem duvida que o networking nesses clubes é rico, saiba que entre os membros desses clubes estão grandes executivos e empresários muito bem-sucedidos.

 Além dos inúmeros exemplos de “turmas” acima, você ainda pode ampliar sua rede de contatos em academias, Associações de Classe, tais como o Rotary ou o Lions, ou ainda em Grêmios Recreativos, encontros religiosos ou reuniões de partidos políticos. Seja qual for o grupo ao qual você pertence, todos têm algo em comum - a paixão que seus integrantes têm pelo tema. Esse laço afetivo fortalece o relacionamento dessas pessoas de tal forma, que elas consideram seus colegas de grupo quase como um membro da família. E quanto mais restrita for a turma, mais forte é o grau de amizade. Portanto, são pessoas que você poderá contar futuramente para ajudá-lo tanto em projetos pessoais quanto profissionais.

Ficou claro o benefício para o seu networking de ter pessoas tão diferentes e com laços tão estreitos na sua rede de relacionamento? Então, vai aí a última dica: "Vai procurar a sua turma!!!"

3 de abr. de 2012

Você sabe qual é o motor que move a política e os políticos?

Os resultados das últimas eleições não deixam dúvidas. No Brasil, um candidato que almeja ingressar na vida pública não precisa de experiência anterior comprovada, de um currículo profissional impecável, e muito menos de bagagem acadêmica privilegiada. Entretanto, se este candidato quiser ser bem sucedido na carreira política, uma habilidade em especial deverá ser bem desenvolvida - o networking.

O que vai determinar o futuro de um político é a maneira como ele trabalha sua rede de relacionamentos. Em nenhum outro ambiente profissional a máxima "você é quem você conhece" é tão verdadeira. Mas "conhecer" apenas não basta. O político precisa entrar no círculo de confiança dos seus colegas de profissão. E essa tarefa é tão importante que muitos acabam dedicando mais tempo para construir alianças do que efetivamente trabalhando em projetos que defendam os interesses dos seus eleitores. Isso se justifica já que, se ele não conseguir montar rapidamente uma rede efetiva de contatos, dificilmente conseguirá levar adiante seus projetos no Legislativo. Se o político não conseguir apoio dos seus aliados, não vai conseguir mostrar serviço para quem o levou até lá, e consequentemente, jamais será eleito novamente e terá decretado o fim prematuro da sua trajetória política.

Que fique claro que não existe problema algum no exercício do networking entre os colegas de trabalho. O problema está no que vem com o tempo. Quando os políticos percebem que eles valem tanto quanto sua rede de "amigos", esse Valor se converte em Poder. E o Poder pode acabar corrompendo o político. Percebendo sua importância dentro dessa teia política, ele pode cobrar "pedágio" para ajudar outros companheiros a chegar aonde precisam. Mas vamos pensar que essa prática é a exceção e vamos explorar alguns exemplos para mostrar o poder que o networking tem dentro da política.

Um Vereador com boas conexões em seu município pode ser ajudado pela base aliada para se tornar Deputado Estadual. Fazendo conexões ainda melhores nessa esfera, pode logo ser catapultado para o Planalto Central. Nesse nível do Poder, o networking passa a ser ainda mais estratégico. Dependendo com quem ele se associa, pode chegar até a diretoria de uma agência reguladora ou de uma estatal, à uma posição de destaque em uma Secretaria, ou até mesmo em um Ministério. (saiba mais no texto "O que é preciso para ser Ministro de Estado no Brasil?" em http://network4sales.blogspot.com.br/2011/01/o-que-e-preciso-para-ser-ministro-de.html)  

Para deixar ainda mais claro o peso que o networking tem dentro da carreira política, vamos comparar um executivo de uma empresa privada e um homem público quando ambos têm a oportunidade de subir um nível dentro da estrutura organizacional a que estão inseridos. Em uma corporação, um executivo precisa participar de um processo seletivo rigoroso, onde são avaliadas não só suas conquistas passadas como sua capacidade e competência para enfrentar o novo desafio. Já o político que está prestes a ser nomeado a um cargo público precisa ter, antes de mais nada, um padrinho bem influente, que ele certamente conquistou ao longo de anos de networking. Quando assumi tal cargo, o nomeado pode até se mostrar competente para exercer o posto, mas jamais terá plena autonomia sob suas decisões uma vez que sempre terá que atender em primeiro plano os interesses do seu padrinho político.

Se você ainda duvida que o networking é o motor que move a política no nosso País, comece a observar a partir de hoje como ocorrem as sucessões nos cargos públicos mais estratégicos. Da próxima vez que um político desocupar uma posição, seja por ter sido afastado por corrupção ou seja por vontade própria, observe quem assumirá sua vaga. Em geral será alguém do mesmo partido que tenha sido indicado e previamente aprovado pelas lideranças dos partidos aliados.

Engana-se quem pensa que isso é uma exclusividade do Poder Legislativo. O networking também é o que move todos os políticos no Poder Executivo. Um político que almeja chegar à Prefeito, Governador e até mesmo Presidente só conseguirá se candidatar e concorrer às eleições se contar com o apoio de uma enorme rede de "patrocinadores", que precisam estar seguros que este candidato atenderá seus interesses políticos e eventualmente privados. Não importa se o político é de direita ou de esquerda. Todos eles têm a chamada "agenda política".

Por isso, antes de votar nas próximas eleições, procure saber quem está enchendo de combustível e lubrificando o motor do seu candidato. É você quem vai pagar essa conta depois!