22 de mai. de 2016

A corrupção no Brasil tem fim? (Ou só tem meios?)

Não é a primeira vez que escrevo sobre corrupção no blog, apesar desse canal ser focado em networking. O que percebemos, entretanto, é que todos os escândalos de falta de ética descobertos recentemente nas Estatais Brasileiras foram originados por redes de corruptos muito bem estruturadas.

É óbvio que o “networking da corrupção” investigado na Operação Lava Jato pela Polícia Federal não foi inventado por um ou outro partido político e muito menos foi introduzido nos últimos anos. Não é de hoje que empresas privadas contam com a ajuda de funcionários públicos para moldar licitações com o objetivo de desqualificar os concorrentes e superfaturar seus produtos e serviços. Essa “gordura” é então compartilhada com o agente do Governo. Também não é novidade que cartéis se formam em comum acordo com seus clientes públicos. Todos unidos combinam preços e decidem os vencedores de cada edital para sustentar um esquema público-privado.

A novidade aqui é a sofisticação da rede de corrupção que se instalou na Petrobrás, uma das mais prósperas empresas brasileiras. Esse esquema poderia durar muito mais tempo, porque é muito difícil arruinar um negócio baseado em petróleo! Como bem observou no início do século passado o magnata John Rockefeller, fundador da primeira companhia petrolífera americana: "O melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo bem administrada. O segundo melhor negócio é uma empresa de petróleo mal administrada".

O loteamento feito por políticos nas Diretorias da Petrobrás só foi descoberto por uma mera casualidade. Desde 2009 a Polícia Federal do Paraná investigava crimes de lavagem de recursos relacionados ao ex-deputado federal José Janene em Londrina/PR. O monitoramento das comunicações do doleiro Carlos Habib Chater, entre outros lugares, em sua casa de câmbio que operava ao lado de um lava jato (o que batizou a operação) identificou quatro organizações criminosas que se relacionavam entre si, todas lideradas por doleiros. Em uma delas, descobriu-se que o doleiro Alberto Youssef “doou” um veículo de luxo para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Quando a Polícia Federal, Ministério Público Federal e à equipe do Juiz Federal Sérgio Moro, todos sediados no Paraná, começaram a puxar esse “pelo”, jamais poderiam imaginar o tamanho do gorila que descobririam. Desde 17 de março de 2014, quando foi deflagrada a primeira fase da Operação Lava Jato, uma das mais bem estruturadas organizações criminosas vem sendo descoberta.  Doleiros, lobistas, executivos de empreiteiras, executivos da Estatal e finalmente inúmeros políticos vêm sendo arrolados no esquema de desvio de bilhões de Reais.

Toda essa rede de corruptores e corrompidos não seria descoberta não fossem as homologações de acordos de delações premiadas dos acusados e de leniência das empresas envolvidas. O que mais surpreende é que esses escândalos não se limitam apenas a Petrobrás. Já se sabe que outras tantas estatais e obras públicas faraônicas estão sendo corroídas pela ambição de políticos de diversos partidos. As investigações na Eletrobrás, Furnas e Belo Monte, por exemplo, ainda vão revelar muito mais podridão no cenário político já degradado. Quando as gavetas do BNDES forem abertas, então, não vai sobrar pedra sobre pedra, tanto no Brasil como no exterior.

É fato que ainda serão necessários muitos anos de investigações e independência total da Polícia Federal em todo País. Mesmo com tanto esforço das entidades e com o apoio popular, a corrupção no nosso País, infelizmente, não deve ter fim! Os meios se renovam, se reciclam, e se restabelecem através de novas redes de corrupção. Enquanto essa Nação não formar pessoas éticas, dependeremos das leis feitas por quem está envolvido nesse lodo!

3 de fev. de 2016

O que você vai fazer quando acabar o emprego? Já pensou em colaborar?

Parabéns! Você está um dia mais perto do fim do seu emprego.  Não estou falando que você ficará desempregado e precisará se recolocar em uma nova empresa. A realidade é mais dura do que isso! O emprego vai acabar... e não estamos muito longe desse dia! O trabalhador com carteira assinada será uma raridade em muitos lugares do mundo.

Mas não há motivo para pânico! Quer dizer, você pode sim se desesperar se não estiver preparado para colaborar! Caso ainda não tenha percebido, já estamos vivendo a “Era da Colaboração”!

Se você não percebeu isso ainda, pode estar se tornando um profissional obsoleto. Pergunte para alguns adolescentes quantos sonham em construir carreira promissora em uma corporação. Você vai se surpreender ao saber que os sonhos desses jovens não foram inspirados no carreirismo dos seus pais. Pelo contrário, pais que sempre reclamaram da vida corporativa e nunca estavam em casa são as maiores inspirações para que os filhos não sigam os seus passos.

Essas “crianças” que acabaram de sair das suas fraldas, entretanto, já aprenderam de forma intuitiva que elas podem fazer o que quiserem, quando quiserem, com quem quiserem... em qualquer parte do mundo. Isso se chama colaboração!

A colaboração acadêmica existe há centenas de anos. Cientistas e pesquisadores compartilhavam suas experiências e estudos através do globo muito antes da invenção da telecomunicação. A internet, aliás, foi criada principalmente para a interação acadêmica entre universidades e centros de pesquisa em todo o mundo.

Para as pessoas que já nasceram na era digital, porém, a internet é muito mais que uma rede mundial de computadores. Ela é um meio de estreitar relacionamentos entre pessoas que talvez jamais se encontrem face a face na vida, mas que podem, surpreendentemente, desenvolver alguma ação revolucionária em conjunto.

Você que ainda não entendeu como isso pode ocorrer, vou usar um exemplo prático. Na semana passada, aconteceu em São Paulo a nona edição da Campus Party Brasil 2016, ou simplesmente #cpbr9 para os “íntimos”. Você certamente viu algo na mídia sobre essa “feira geek”, como a imprensa gosta de rotular. Tem ainda quem a chame de “o maior encontro de tecnologia do País”. Isso é um pouco melhor, mas ainda longe do que realmente acontece nesses encontros.

A Campus Party, que já acontece em oito países, é na realidade um encontro colaborativo. A tecnologia é apenas o pano de fundo, já que é através das telas dos seus computadores turbinados e dispositivos móveis repletos de aplicativos que a maioria das interações acontece. Mas a internet de altíssima velocidade de 40 GB/s serve, de fato, para aproximar mentes brilhantes de várias partes do mundo. Mais de 400 mil participantes, chamados de Campuseros, acompanham esse evento pelas redes sociais. Alguns deles, vindos de 17 países e de todos os Estados brasileiros, literalmente acamparam por seis dias no Centro de Exposições do Anhembi e lá marcaram para se encontrar pessoalmente com as pessoas que elas vêm colaborando à distância durante todo o ano.

Esse encontro contou com a participação de 12 mil inscritos e mais de 80 mil visitantes de várias partes do planeta. Além disso, 2,5 milhões de fãs acompanharam o evento por streaming, ou seja, vídeo em tempo real pela internet. O interesse de tanta gente tem uma razão. É nessa “festa geek” que todas as peças de um negócio promissor podem se juntar em um mesmo tabuleiro. Nesse jogo, por exemplo, uma estudante secundarista de Pecém/CE apresenta sua ideia inovadora para um programador de Blumenau/SC que se junta com um empreendedor de Niterói/RJ e consegue o aporte de capital de um fundo de investidores (crowd funding) de várias partes do mundo. Esse time inusitado e com capacidade complementares colaboram entre si e pode ser responsável pela próxima revolução social mundial.

Note que nenhuma das peças desse jogo tem um emprego ou está em busca de um. Muito provavelmente jamais terão e nem sentirão falta de um carimbo na Carteira. O trabalho que essas pessoas desenvolverão ao longo de sua vida profissional terá como objetivo principal transformar para melhor o mundo onde vivemos. Ganhar dinheiro com isso é consequência e mérito pela execução brilhante de toda a equipe.

Esses jovens sabem lidar muito melhor que você com os erros, perdas e frustrações. Das centenas de ideias que eles possam ter na vida, apenas uma dezena sairá do papel porque encontraram uma equipe multifuncional adequada, mas pouquíssimas se tornarão um negócio. Mesmo assim, eles continuarão sonhando, buscando novas parcerias, testando novos modelos e empreendendo por muitos e muitos anos.

O fato é que as empresas já perceberam que manter funcionários no seu quadro é caro, complicado e pouco estimula a criatividade e competitividade dos seus empreendimentos. Aos poucos elas começam a dispensar seus dinossauros de 30 anos de idade e contratando grupos de jovens com competências complementares, que são remunerados por entrega. O resultado é um produto ou serviço de ponta, com alta qualidade, prazo de entrega curto e baixo custo. Então, não precisa ser um gênio para saber que essas corporações renovarão seus estoques de pessoas muito em breve.


E você, está preparado para viver sem um emprego? Sabe como se adaptar a “Era da Colaboração”?  O primeiro passo é saber trabalhar seu networking! É a sua rede de contatos o ponto de partida para você entrar nesse jogo. Aprenda a colaborar e jamais tenha que procurar um emprego novamente na sua vida!