15 de nov. de 2011

Qual é a distância entre você e qualquer um dos 7 bilhões de habitantes da Terra?

Pelos dados históricos e estatísticos da ONU – Organização das Nações Unidas – 97% dos bebês nascem, hoje em dia, em países em desenvolvimento. A Índia concentra cerca de 21% de todos os nascimentos, o triplo da China e 10 vezes a quantidade do Brasil. Por isso, as projeções da ONU apontam que o habitante número 7 bilhões nasceu na província de Uttar Pradesh, ao Norte da Índia. Com pais analfabetos, o bebê "7 bi" é um menino nascido no último dia 31/10 às 11:51 horas no horário de Brasília.

Apesar de toda divulgação desse importante evento, não faz muito tempo que o menino Adnan Mević, habitante de número 6 bilhões chegou ao mundo, no dia 12 de Outubro de 1999 em Sarajevo, Bósnia. Entretanto, o que mais chama a atenção na chegada do bebê "7 bi" é que esse foi o período mais curto para a população mundial somar mais um bilhão de pessoas. Foram apenas 12 anos! A partir de hoje, esse período deve voltar a se alongar por causa da diminuição da taxa de fecundidade, que nunca foi tão baixa. Para se ter uma ideia, a humanidade levou milhares de anos para atingir o seu primeiro bilhão de habitantes.

Estima-se que o bebê "1 bi" nasceu em 1804, no mesmo ano que Napoleão Bonaparte coroou a si próprio como o primeiro imperador da França na Catedral de Notre-Dame em Paris. Naquela época, toda América Latina tinha apenas 24 milhões de pessoas, quase a população atual da Grande São Paulo. O mais impressionante é que em 30 anos, além de São Paulo, o número de cidades com mais de 10 milhões de habitantes saltou de 4 para 21, entre elas Tóquio (Japão) com 37 milhões, Nova Délhi (Índia) com 22 milhões e Xangai (China) com 16,6 milhões de habitantes.

Com essa grande concentração de pessoas em megalópoles, a distância entre indivíduos reduz drasticamente. Dá para imaginar que os 19,4 milhões de moradores da cidade de Nova York (EUA) estejam a poucos passos de distância entre si. Mas seria possível medir com exatidão qual é a distância entre os nova-iorquinos? Na realidade sim. E a resposta não deve ser maior que 6 apertos de mão entre todos eles. Foi daí que surgiu a Teoria dos Seis Graus de Separação. Para demonstrar essa teoria em 1967, o professor de Harvard, Stanley Milgran desenvolveu uma metodologia que pode ser aplicada até hoje.  

O professor Milgran escolheu aleatoriamente dois personagens comuns nos Estados Unidos. Uma estudante na cidade de Sharon e um corretor em Boston, ambos no Estado de Massachusetts, EUA. A partir daí, ele mandou cartas para pessoas também aleatórias em outras duas cidades dos Estados Unidos, Wichita no Kansas e Omaha em Nebraska. As cartas continham o nome, a foto e algumas informações sobre um dos personagens. Das 160 cartas enviadas, 42 chegaram aos destinatários. A média entre a origem e o destino foi de 5,5 pessoas, ou seja, eles estavam separados entre si por 6 passos.  A teoria foi testada diversas vezes até hoje e os resultados sempre ficaram próximo a 6 graus de separação.

O curioso é que, antes mesmo de virar alvo de pesquisas científicas, o escritor húngaro Frigyes Karinthy, escreveu o conto “Láncszemek” (Correntes) em 1929, onde já falava que todas as pessoas do mundo estavam a 6 passos de distância entre elas. O termo "Seis Graus de Separação", entretanto, só ficou famoso em 1991 quando John Guare escreveu uma peça de teatro para a Broadway, e transformou o roteiro posteriormente em um filme com o mesmo nome.

Se a teoria dos Seis Graus de Separação realmente for verdadeira, você está no máximo à seis apertos de mãos de qualquer um dos 7 bilhões de habitantes da Terra. Felizmente, não é todo mundo que vale a pena conhecer! Afinal, pelo axioma de Cole - "a soma de inteligência presente no planeta mantém-se constante; a população, no entanto, continua crescendo!"