31 de out. de 2011

Por que os judeus trabalham tão bem seu networking?

Se você já teve a oportunidade, como eu, de trabalhar com judeus, sabe quantos negócios são feitos entre os membros da comunidade judaica, uma das mais influentes e bem sucedidas em todo o mundo há décadas. No Brasil, temos inúmeros exemplos de grandes empresários que seguem a religião, filosofia e modo de vida do povo judeu. Samuel Klein, fundador das Casas Bahia, e Silvio Santos (Senor Abravanel), fundador do Grupo que leva o seu nome, e que comanda o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) são ícones desse grupo. Mas o que nos chama mais a atenção é como a comunidade judaica trabalha de forma tão eficaz o seu networking! Para entender melhor como isso acontece, temos que analisar vários fatores. 

Um dos principais é a importância dada ao sobrenome. Ele é muito mais que um mero complemento do nome. O sobrenome para um judeu tem a mesma importância de uma marca para uma empresa. Associada ao sobrenome está toda a tradição de uma família por gerações. Um sobrenome, via de regra, está vinculado às conquistas e aos triunfos que os membros dessa família obtiveram na sua história. Se o patriarca, por exemplo, cria uma empresa do zero e a transforma em um grande grupo empresarial administrado por seus herdeiros, o sobrenome dessa família ficará associado para sempre com o nome desta empresa. Assim sendo, o crescimento contínuo desta empresa está relacionado diretamente à competência dessa família na gestão dos negócios.

Outro fator muito importante para o sucesso dos judeus é a perpetuação da família como entidade. Os homens têm a obrigação de dar continuidade a linhagem casando-se preferencialmente com mulheres da comunidade. A união entre judeus pode até parecer casamento arranjado, já que muitas vezes eles ocorrem entre famílias ricas e poderosas. Mas aí é que entra outro fator muito importante para o sucesso do networking entre os judeus – a concentração. Os integrantes dessa comunidade usualmente frequentam os mesmos lugares. Além disso, eles também vivem em bairros altamente povoados pelas famílias judias, como por exemplo o bairro de Higienópolis em São Paulo.

Agrupando todos os fatores acima, temos um fenômeno do networking que chamamos de “micromundo”. Nele, todas as pessoas estão interligadas por poucos graus de distância e são facilmente identificadas. Para ilustrar melhor como o micromundo judaico funciona, vamos utilizar um exemplo fictício.

David é o dono de uma rede de comércio varejista que pertence à família Goldenstein há 60 anos. Lilly, sua filha de 16 anos estuda no mesmo colégio que Isaac, neto do patriarca da família Rabinoff, que comanda um dos maiores conglomerados alimentícios do país. Todos moram no mesmo bairro em São Paulo e, por isso, frequentam a mesma sinagoga e o mesmo clube nos finais de semana. Nesse micromundo, a distância entre as famílias Goldenstein e Rabinoff é de apenas um grau de separação. Com tanta proximidade e com interesses comerciais complementares, é inevitável que ambos venham a se conectar. Essa conexão pode acontecer apenas comercialmente, com a empresa de alimentos fechando um contrato de fornecimento para a rede varejista. Entretanto, para garantir a continuidade e o sucesso dessa parceria comercial, o Sr. David Goldenstein pode incentivar que sua filha Lilly venha a se casar com Isaac no futuro breve.

Uma particularidade interessante desse micromundo é que os sobrenomes, como já dissemos, tem uma representatividade muito forte. Portanto, é muito fácil identificar os parceiros em potencial só de ouvir falar o sobrenome. Vamos ilustrar isso colocando mais uma pessoa no nosso exemplo anterior. O Sr. Moises Milsky, produtor de laticineos no Sul é cunhado de David Goldenstein. Entretanto, ele não vive próximo e nem frequenta os mesmos lugares. Mas em uma visita à David, conheceu Isaac Rabinoff, o futuro marido de sua sobrinha Lilly. Imediatamente, Moises demonstra interesse em se aproximar da família do moço com o objetivo de fornecer seus produtos. E é dessa forma que muitos outros negócios se tornam realidade entre os membros da comunidade judaica.

Mas quando se vive em um micromundo, disputas e interesses conflitantes poderiam prejudicar as relações. Pior, essas brigas poderiam ser amplificadas já que todos os habitantes desse “mundinho” estão muito próximos entre si. E é aqui que entra o último fator que garante o sucesso do networking dentro da comunidade judaica – o perdão! É ele o agente aglutinador de um povo que já sofreu muito com a intolerância e com o preconceito. É tão importante, que o Dia do Perdão, ou “Yom Kippur” em Hebraico, é considerado o mais santo do calendário judaico. É nesse dia que os judeus têm a chance de se desculparem pelos maus atos e de pedir perdão à pessoa contra a qual cometeu alguma injustiça. Se o pedido for de fato sincero todo mal que foi cometido anteriormente é anulado.

Além de nos ensinar muito sobre networking, os judeus nos deixam uma lição muito importante: “Perdoe o que você não pode esquecer! Esqueça aquilo que você não consegue perdoar!”.

4 de out. de 2011

CONVITE PARA A PALESTRA "NETWORKING APLICADO A VENDAS"

Estimado(a) colega,

Gostaria de convidá-lo(a) para mais uma palestra gratuita que apresentarei na Business School São Paulo (BSP) na Rua Jaceru, 247 - 8º andar, próximo ao Shopping Morumbi. O evento será na terça-feira, dia 18/10, às 20:15 horas, logo após a apresentação dos cursos oferecidos pela escola.

Essa será a quarta vez que realizo a palestra "Networking Aplicado a Vendas" na BSP. Conto com sua presença para repetir o sucesso das anteriores.


Nessa palestra você vai entender que em vendas, construir e manter sua rede de contatos é vital para o seu sucesso. Mas como encontrar os contatos corretos? Como estabelecer um relacionamento que transforme seu cliente em parceiro, potencializando suas vendas? Você descobrirá que seu cliente está mais perto do que imagina e que mantê-lo em sua rede de contatos traz tantos benefícios para você quanto para ele.
Favor confirmar a presença pelo site www.bsp.edu.br/eventos ou pelos telefones acima.

Até lá,

Luiz Sales