30 de mar. de 2011

O que as Redes Sociais têm a ver com os ataques à Líbia de Kadhafi?

No dia 14 de março de 2011 o Twitter completou cinco anos de vida com marcas históricas. Com pouco mais de 3 anos, essa rede social já tinha publicado um bilhão de mensagens (tweets). Mas desde que a empresa começou suas operações, ela não teve um papel tão relevante quanto na divulgação dos protestos contra os regimes autoritários do Oriente Médio e do norte da África.

Um mês antes de apagar as 5 velinhas, o Twitter, em conjunto com o Facebook, ajudaram a derrubar o presidente do Egito, Hosni Mubarak. Muitos analistas e ativistas locais garantem que o político ainda estaria no poder se não fosse pela força dessas redes sociais. A queda de Mubarak, entretanto, não foi a primeira e felizmente nem será a última manifestação popular na região. Antes da crise no Egito, as redes sociais conseguiram derrubar o presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali. Depois destes dois marcos históricos, os protestos se espalharam também por Jordânia, Iêmen, Argélia, Mauritânia, Síria, Arábia Saudita, Bahrein, Marrocos, Sudão e Omã.

Mas para entender como esses levantes populares contaram com a força da Internet, vamos analisar especificamente o caso do Egito. Há cerca de três anos, um ativista egípcio iniciou uma página no Facebook para apoiar os trabalhadores em greve no país. Desde então, a página já reuniu mais de 60 mil membros preocupados com problemas comuns à população egípcia. Outra página foi criada no Facebook em homenagem ao ativista e blogueiro Khaled Said, que teria sido espancado até a morte pela polícia local em 2010. Essas páginas tiveram a capacidade de mobilizar a população conectada à Internet a discutir publicamente, no mundo virtual, problemas que os afetavam na vida real, tais como liberdade de expressão, problemas econômicos do país e frustração com o regime de governo de Hosni Mubarak, que ocupava o poder havia cerca de 30 anos.

Esses manifestantes virtuais se uniram a pessoas reais das suas redes de contatos e no dia 25 de Janeiro de 2011 marcharam em direção à Praça Tahrir, no centro da capital Cairo e não sairam de lá por 18 dias. A Revolução no Egito, também conhecida como Dias de Fúria, Revolução de Lótus e Revolução do Nilo, não teve precedentes na história do mundo árabe. Quando o governo percebeu que a mobilização egípicia era promovida pelas redes sociais, o então presidente mandou desconectar o Egito da Internet por vários dias, principalmente dos sites de relacionamento Facebook e Twitter. Mas a série de manifestações de rua, protestos e atos de desobediência civil continuaram no Egito até 11 de fevereiro de 2011, quando o vice-presidente egípcio Omar Suleiman anunciou pela emissora estatal de televisão a renúncia do presidente Hosni Mubarak.

O êxito do povo egípicio estimulou os países vizinhos e chegou à Líbia, país controlado pelo ditador Muammar Kadhafi há quase 42 anos. O terceiro país do mundo árabe a enfrentar uma onda de revolta popular, a Líbia teve os protestos iniciados no leste do país, onde a popularidade do ditador historicamente sempre foi mais baixa, mas precisamente na cidade de Benghazi, segunda maior do país. Da mesma forma como ocorreu no Egito, o governo líbio também ordenou o bloqueio da Internet tentando impedir os manifestantes de organizar novos protestos e também de mandar para o exterior notícias sobre os ataques violentos de Kadhafi contra a população local. Foram essas notícias disseminadas pelo Twitter e Facebook que influenciaram a opinião pública internacional.

Em 17 de março, o Conselho de Segurança da ONU exigiu um cessar-fogo imediato e autorizou o uso de forças militares contra o regime líbio. As operações militares, com EUA, Reino Unido, França, Itália e Canadá à frente, começaram dois dias depois. A dura repressão às manifestações provocou milhares de mortes, e a situação evoluiu praticamente para uma guerra civil. Diversos países, liderados pelos EUA, começaram a protestar e a exigir a saída imediata de Kadhafi. Os conflitos continuam e o ditador á disse que só sai do poder morto.

Apesar das redes sociais não serem as únicas responsáveis pelas revoluções, foram o instrumento de conexão e mobilização de pessoas com interesses em comum. Essas pessoas não teriam a mesma capacidade de informar, compartilhar e divulgar a insatisfação de um mundo reprimido. Como diz o ditado, “um pássaro só não faz verão”. E tem sido os cantos (tweets, em inglês) desses passáros todos juntos que têm escrito novos e revolucionários capítulos na história recente.

20 de mar. de 2011

O adultério pode ser praticado como um crime perfeito?

"Nós dois temos o mesmo defeito... Sabemos tudo ao nosso respeito... Somos suspeitos de um crime perfeito, mas crimes perfeitos não deixam suspeitos" - diz a canção dos Engenheiros do Hawaii. Então, se você planeja trair sua esposa ou namorada, existe uma grande chance de ser descoberto se ela te conhece bem.

O adultério, na realidade, nunca pode ser encarado como crime perfeito. Afinal, não se enquadra em nenhum dos tipos penais na atualidade. Na realidade, o adultério até poderia ser encarado como tal já que, em uma definição vulgar, 'crime é qualquer ato que viola uma norma moral'. Ou seja, o adultério poderia ter esse conceito pelo sofrimento psicológico e distúrbio moral para a vítima.

Apesar da infidelidade conjugal não ser prevista na legislação atual, ela era encarada sim como crime em um dos mais antigos conjuntos de leis escritas já encontrados. O Código de Hamurabi (foto), que segundo os cálculos foi elaborado por volta de 1700 a.C, previa punições para a esposa infiel. O artigo 129 deste Código, por exemplo, estabelecia que "se a esposa de alguém é encontrada em contato sexual com um outro, se deverá amarrá-los e lançá-los n'água, salvo se o marido perdoar à sua mulher".

É importante lembrar que a infidelidade já era recriminada no mais célebre conjunto de leis de toda história - os Dez Mandamentos. Segundo a Bíblia (Êxodo 20:2-17), essas leis teriam sido originalmente escritas por Deus em tábuas de pedra e entregues ao profeta Moisés. Na doutrina da Igreja Católica, o sexto mandamento é bem claro: "Não cometerás adultério". E outro mandamento, o nono, ressalta "Não cobiçarás a mulher do teu próximo".

Mesmo com regras tão antigas, muita gente ainda não aprendeu a seguí-las até os dias de hoje. A monogamia está tão fora de moda que até poderia ser comparada com uma máquina de datilografar; um item muito comum na época dos nossos avós e que começou a cair em desuso pelos nossos pais. Entretanto, isso não é verdade! A infidelidade conjugal sempre existiu! Quem nunca ouviu falar das estripulias dos Reis com suas inúmeras súditas. Os tempos mudaram, as regiões também, mas os Reis da atualidade continuam usufruindo desses benefícios graças ao seu poder ou fama. O que dizer dos "Reis do Futebol", dos "Reis do Rock" ou dos "Reis do Tráfico"? 

Mas se você não é um "Rei" e gosta de se aventurar pelo submundo da traição, deve estar ciente que seus dias estão contados. Um caixeiro viajante nos anos 30, por exemplo, conseguia manter uma família paralela na cidade vizinha durante toda a sua vida. Quarenta anos depois, um homem até conseguia ter um caso extraconjugal com sua colega de trabalho por vários anos sem que sua esposa desconfiasse de nada. Passados mais 40 anos, com o networking entre as pessoas em tempo real, é muito pouco provável que uma infidelidade conjugal passe despercebida por mais de algumas semanas.

Podemos afirmar, então, que apesar das redes sociais terem aproximado pessoas distantes, também tem contribuido para afastar as pessoas próximas. Quantos casos você já soube de relacionamentos que terminaram por revelações feitas no mundo virtual? Quantos namoros não passaram do período de experiência porque uma das partes interessadas soube dos "podres" da outra pelas suas atividades em uma rede social?

Hoje em dia sua namorada se torna sua amiga no Facebook mesmo antes de assumir o relacionamento pras amigas. O seu marido acompanha seu dia pelo Swarm. Sua pretendente pesquisa a sua vida no Instagram ou ainda avalia seu potencial de "bom partido" pelo LinkedIn. Nesse mundo conectado em que vivemos sua vida é uma página (web) aberta. Por isso, existem poucos espaços para se esconder e não existem lugares tão distantes que apenas alguns cliques não alcancem.

Para a felicidade dos transgressores, o artigo 240 do Código Penal, que classificava o adultério como dano social, foi revogado. Apesar de não configurar mais como crime sob o ponto de vista penal, a traição ainda pode ser penalizada pela lei da reciprocidade, que é inspirada na lei de talião, uma das mais antigas existentes e é expressa pela máxima "olho por olho, dente por dente". Portanto, se você for trair, saiba que o troco pode vir na mesma moeda!

14 de mar. de 2011

Será que existe o crime perfeito? Como isso é possível dentro do networking do crime?

Procure no dicionário a definição da palavra "crime". Resumidamente, em termos jurídicos, é toda conduta, ação ou omissão típica, ilícita e culpável praticada por um ser humano. Os tipos penais mais comumente noticiados, e por isso mais conhecidos, são os crimes contra o patrimônio (furto, roubo, latrocínio, receptação, extorsão e sequestro); crimes econômicos (estelionato, lavagem de dinheiro e fraude); crimes contra a vida (homicídio, auxílio a suicídio ou aborto); e crimes contra a dignidade sexual (estupro, corrupção de menores e assédio sexual).

A lista com os tipos de crimes é bem ampla, assim como são as penas contra os indivíduos que os comentem. Mas será mesmo que existe o tal crime perfeito? A letra da música "Pra ser sincero" da banda gaúcha Engenheiros do Hawaii nos dá a resposta: "Nós dois temos os mesmos defeitos / Sabemos tudo a nosso respeito / Somos suspeitos de um crime perfeito / Mas crimes perfeitos não deixam suspeitos".

Por definição, o crime perfeito é aquele cometido com tal planejamento e habilidade, que nenhuma evidência é deixada e o culpado não pode ser encontrado. Também pode ser aquele não detectado depois de cometido ou ainda, quando não deixa suspeitas que justifiquem uma investigação. Estudiosos sobre criminalidade afirmam que um crime perfeito não fica insolúvel por causa da falta de recursos ou da incompetência da polícia, mas sim pela habilidade do criminoso.

De fato, o crime perfeito existe! Mas, em geral, ele é cometido por uma pessoa, sem comparsas. O caso mais clássico é o de Jack, o Estripador; assassino em série que nunca  foi identificado. Seus ataques ocorreram em Londres no ano de 1888 e suas vítimas eram prostitutas, que tinham a garganta cortada e o corpo mutilado, com a remoção de órgãos internos. Outros casos emblemáticos entraram para a história justamente pelo criminoso conseguir escapar impune.

Mas quando o ato envolve mais de um criminoso, é praticamente impossível que ele chegue à perfeição. O networking do crime é desorganizado e desestruturado. Os integrantes de uma organização criminosa são movidos por interesses distintos e por isso não conseguem manter um plano em segredo quando são pressionados, coagidos ou se vêm prejudicados por um dos participantes. Vamos a alguns exemplos.

Em um homicídio, o mandante tem como interesse a vingança, mas o executor é movido pelo dinheiro. Por mais bem planejado, os cúmplices precisam de álibis para deixarem de ser suspeitos. Então, os dois inicialmente envolvidos agora são quatro compartilhando da mesma mentira, todos de "rabo preso". Basta um pequeno desentendimento entre qualquer um deles para que toda a verdade venha à tona e o verdadeiro culpado seja revelado.

Um dos casos recentes ainda sem solução é o de Eliza Samudio, que era amante do ex-goleiro do Flamengo, Bruno. Com o desaparecimento de Eliza, não demorou para a polícia chegar ao atleta.  Quando estava grávida, ela teria sido agredida e ameaçada de morte por ele e a teria forçado ao abordo. Mesmo usando amigos e familiares como álibis, a polícia conseguiu juntar provas que indicavam a participação do goleiro no crime. A ausência do corpo da vítima está atrasando a solução do caso, mas não impedirá que os culpados sejam punidos.

Pode-se afirmar, então, que os crimes que não ficam impunes são justamente aqueles que envolvem mais de uma pessoa. Esse é o caso de extorsão mediante sequestro, ou seja, aquele que visa obter vantagem como condição do resgate. Também é o caso de fraude contra o sistema financeiro. Os autores do chamado crime do colarinho branco, por exemplo, se utilizam de métodos muito sofisticados e de transações complexas para dificultar a descoberta e investigação pela polícia. Mesmo assim, eles serão descobertos quando um dos envolvidos não obtiver o ganho financeiro esperado.

O delator, informalmente conhecido como cagueta ou X9, é a principal arma da polícia contra qualquer tipo de crime. Só se essa figura não existisse dentro do networking do mal, é que prevaleceria o crime perfeito!

9 de mar. de 2011

Você sabe reconhecer um hub? E por que isso é importante para você?

No último texto falei sobre a teoria do networking e um dos seus principais componentes - o hub. O termo é bem conhecido em alguns segmentos. Em computação existem o Hub de Ethernet e o Hub USB, equipamentos que permitem conectar diversos dispositivos simultaneamente. Em logística, os hubs são usados por empresas de transportes rodoviário, ferroviário e áereo para consolidar e distribuir mercadorias.

Em networking, a definição de hub segue o mesmo conceito acima. Os hubs são aquelas pessoas que se conectam com uma grande quantidade de contatos. Partindo desse princípio, seria muito fácil reconhecer um hub. Bastaria acessar o perfil dela em uma rede social e contar a quantidade de relações. Poderia dizer então que o hub seria aquele sujeito que tem, por exemplo, algumas centenas de seguidores no Twitter, ou uns 400 amigos no Facebook ou mais de 500 contatos profissionais no LinkedIn. Essa característica pode até ser uma pista, mas não; a tarefa de reconhecer um hub não é tão simples assim! Para ser um hub não basta apenas ter muitos contatos.

Voltando ao exemplo do hub logístico, a sua principal função é ter a capacidade de receber mercadorias de vários pontos, por diversas vias, consolidá-las e manuseá-las. A partir daí, o hub é capaz de redistribuí-las para atender demandas em diversos destinos. O mesmo ocorre em networking. Um hub tem a capacidade de gerenciar sua rede de contatos vindos de várias partes - família, amigos do clube, vizinhos, colegas do trabalho, etc. Tão importante quanto administrar bem seus relacionamentos atuais, um hub também tem a habilidade de ligar sua rede à outros contatos e oportunidades.

Infelizmente, não existe uma forma fácil de identificar um hub, mas você consegue reconhecer pessoas com esse perfil em algumas profissões. Empresários de atletas e de artistas, por exemplo, devem seu sucesso à sua poderosa rede de contatos. Eles encurtam as distâncias de seus clientes ao estrelato. Altos executivos e empresários bem sucedidos também têm perfis de hubs. Eles têm muita facilidade de utilizar seus contatos para chegar aos melhores fornecedores ao mesmo tempo que conseguem se manter próximos dos consumidores dos seus produtos/serviços.

Agora que você já sabe como reconhecer um hub deve estar se perguntando porque isso pode ser importante para você. Para que você precisa conhecer hubs na sua vida pessoal e profissional? As respostas dependem do que você está precisando. Se você está procurando um emprego, seria ótimo ter acesso à Diretora de RH daquela empresa que você aplicou para uma vaga. Se você é um vendedor, precisa descobrir quem é o comprador naquele cliente potencial dos seus produtos.

Utilizando os hubs, suas chances de chegar a esses contatos são muito maiores do que através de conexões normais. Pode-se afirmar que um hub não está a mais de 3 graus de distância de qualquer outro profissional que atua em seu segmento. Portanto, os hubs não só possuem conhecimento para te aproximar dessas pessoas como também têm influência para endossar as suas qualidades para elas, aumentando assim as suas chances de sucesso.

Ficam aqui dois desafios para você: 1) identificar quem são as pessoas-hubs na sua rede atual de contatos e 2) descobrir quem são os hubs no mercado em que você atua. Faça isso o quanto antes. Uma dica importante é se aproximar e se manter no radar dessas pessoas desde já para que elas possam te ajudar quando você precisar. Afinal, quem não é visto, não é lembrado. E quem não é lembrado, nunca será ajudado!

4 de mar. de 2011

O que congestionamentos podem nos ensinar sobre networking?

Não, eu não estou louco. Até uma coisa tão ruim como um congestionamento monstro em São Paulo, por exemplo, traz em si uma lição sobre networking. E não estou falando de você aproveitar o tempo perdido no trânsito para colocar o papo em dia com os amigos. Apesar que essa certamente é uma maneira de aproveitar bem as horas improdutivas dentro do carro. Na realidade o ensinamento não está no congestionamento em si, mas no que causa essa paralisação no trânsito.

Toda e qualquer malha viária, sejam rodovias, rotas aéreas ou simplesmente as ruas e avenidas de uma cidade, formam uma rede totalmente interligada, onde as vias são os elos e os cruzamentos são os nós. Alguns desses nós, chamados de hubs, tem maior importância por conectarem duas ou mais avenidas importantes. Em uma metrópole complexa com a cidade de São Paulo, entender bem essas interligações é fundamental para evitar congestionamentos. Quando você está parado no trânsito, pode até parecer que não existe uma engenharia por trás para evitar que isso ocorra. Entretanto, ela existe sim e é muito bem coordenada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-SP).

Apesar disso, são os fatores externos os principais responsáveis pelos congestionamentos, que inclusive já virou o principal cartão postal da cidade. Entre esses fatores estão desde uma manifestação popular, um caminhão quebrado, um acidente com um motoboy ou até um buraco na rua. Quando um desses eventos ocorrem em um hub, ou seja em um cruzamento importante, as consequências são logo percebidas em vários pontos da cidade. No mapa da cidade abaixo estão marcados alguns dos centros nervosos, ou hubs, da capital.


Um semáforo queimado no final da Av. Paulista, por exemplo, compromete o fluxo de veículos não só nesta via como também na Av. Rebouças, na Rua da Consolação, na Av. Dr. Arnaldo e na Av. Pacaembú. Como cada uma delas vai em uma direção da cidade, em poucos instantes tudo está comprometido. Em um outro caso, uma chuva forte suficiente para alagar o hub da Avenida 23 de Maio causa um efeito dominó em outros tantos. Foi isso que aconteceu recentemente na sua interligação com elos importantes, como a Av. Brasil, o túnel Ayrton Senna, a Av. Rubem Berta, a Av. Ibirapuera e a Av Sena Madureira.
 

Na teoria do networking os cruzamentos são seus contatos e, consequentemente, os hubs são aquelas “figurinhas carimbadas” que todos no mercado já ouviram falar. As ruas e avenidas são os laços que interligam vocês, são os graus de relacionamento. Então, se eu sou um hub representado pelo cruzamento da Av. Rebouças com a Av. Faria Lima e você é a ligação da Av. dos Bandeirantes com a Marginal Pinheiros, nós estamos muito próximos. Nesse caso a Marginal, via que nos une, é o ambiente onde nos conhecemos (trabalho, escola, futebol). Mas se você é o hub da Av. do Estado com a Av. D. Pedro I no Cambuci, mesmo sendo muito importante, aparentemente não está ligado comigo. Mesmo assim, ambos podemos sofrer interferência de um incidente que ocorra com nosso amigo em comum, o cruzamento da Radial Leste com a 23 de Maio.

Mas não são apenas os incidentes nesses cruzamentos que provocam os congestionamentos. O excesso de veículos nas vias primárias e secundárias são, na realidade, a principal causa. Transpondo esse cenário para a teoria do networking, é o mesmo que você e um amigo marcarem um encontro na platéia de um show de rock já em andamento. Mesmo que vocês marquem um ponto de encontro e eventualmente estejam próximos um do outro, o grande número de espectadores amontoados provavelmente não permiterá que vocês se encontrem.

Pense nisso enquanto estiver parado no trânsito tentando sair da cidade nessa sexta-feira de Carnaval. Você terá muuuuito tempo para refletir sobre networking e até consiga um tempo para ligar para um amigo e colocar o papo em dia. :-D