Poucos acreditavam que as manifestações
populares durariam tanto tempo e tomariam as proporções alcançadas. Todos os
dias, milhões de pessoas vão para as ruas marchar contra a corrupção, falta de
segurança, baixa qualidade da saúde e da educação, entre diversos outros males
que afligem a população brasileira por anos. Há de se ressaltar a importância
das redes sociais na mobilização dessas multidões.
A exemplo do que ocorreu na revoluções no
Egito, Líbia e outros países contra os regimes autoritários do Oriente Médio e
do norte da África (ver texto http://network4sales.blogspot.com.br/2011/03/o-que-as-redes-sociais-tem-ver-com-os.html),
as manifestações foram articuladas principalmente pelo Facebook, inicialmente
em torno do Movimento Passe Livre, que pedia a revogação dos 0,20 centavos de
aumento nas tarifas do transporte público em São Paulo. Logo elas tomaram o
País e o mundo, graças à presença da imprensa internacional que cobre a Copa
das Confederações.
Mas será que essas manifestações terão algum
resultado prático? Além dos R$0,20, existe uma reinvindicação concreta da
população? Contra quem essas pessoas estão se rebelando? Ao que parece, são
muitos pedidos sem um objetivo claro, sem ter uma pessoa ou instituição para
negociar. Muito se ouve nos protestos a frase “Não sei o que eu quero, mas sei
o que eu não quero!”. Isso acontece porque várias pessoas estão nas ruas
somente para acompanhar os amigos. Um indivíduo, usando as redes sociais, convida
as pessoas próximas da sua rede de relacionamentos. Esses convidam outros e
mais outros e todos combinam de se encontrar no mesmo local e hora para
participar de um encontro de jovens eufóricos, como se fosse uma grande “rave”.
Estudos sobre o comportamento humano
mostram que todas as pessoas têm um determinado nível de tolerância ou aderência
aos movimentos coletivos. Por exemplo, se você vê uma pessoa correndo nua pela
rua, vai pensar que ela está maluca. Se presenciar 100 pessoas protestando
totalmente sem roupa, vai pensar no motivo que está levando esses indivíduos a
essa condição. Talvez uma pessoa ao seu lado se sensibilize com esse ato de 100
manifestantes despidos e decida tirar a roupa e se juntar à multidão. Se outras
900 pessoas tiverem nesse mesmo nível de aderência, o protesto já vai ter mais
de 1.000 “peladões e peladonas” nas vias públicas. Se esse for o seu nível de
tolerância, você vai finalmente se despir e correr nú “pra galera”.
O ponto positivo desses encontros é que
esses jovens, que chegam nas manifestações sem maiores pretensões, acabam se
contaminando com a energia positiva de quem está lá realmente com um propósito.
Com isso, jovens que antes eram totalmente alienados, passam a ser um pouco
mais politizado. Ainda assim, se você abraça uma causa única não significa que
todos ao seu redor esteja em torno da mesma causa. No meio das passeatas
existem pessoas partidárias do PT e dos programas sociais do Governo. Existem também
pessoas totalmente contrárias ao partido da Presidente e às suas medidas
populistas. Há manifestantes contra a qualidade do transporte público e há quem
nunca tenha entrado em um ônibus. Tem gente que é contra a corrupção, mas vive
se dando bem com o “jeitinho brasileiro”. Portanto, em termos práticos, não há como
atender à todos os pedidos vindo das ruas. A satisfação de muitos representa a
insatisfação de outros tantos.
Para que a população seja ouvida, todos
devem se juntar contra a causa-raiz de todos os maus. A falta de qualidade do
serviços públicos, seja eles na saúde, segurança, educação, transportes, em
geral, ocorrem por falta de investimentos maciços por parte dos Governos Federal,
Estadual e Municipal. A falta de investimento não acontece por falta de
arrecadação e sim por má alocação de recursos. Se dinheiro há, o problema é
onde ele vai parar. Chegamos então à corrupção, que é o desvio do dinheiro
público em benefício de poucos que estão no comando. Já falamos muito sobre
isso aqui no Network-4-Sales, como no texto “Se a ocasião faz o
ladrão, o que é preciso para fazer a corrupção?” (link http://network4sales.blogspot.com.br/2011/08/se-ocasiao-faz-o-ladrao-o-que-e-preciso.html)
Se essa verba fosse integralmente
investida no setor público, com certeza teríamos melhor qualidade de atendimento.
Mas não é essa a causa-raiz de todos os problemas que estão levando o povo a se
rebelar. O “câncer” do Brasil é chamado IMPUNIDADE! Sim, a falta de punições
exemplares a quem não cumpre as Leis é o maior de todos os problemas da nação! A
falta de punição é que leva à falta de segurança, afinal quem comete o crime
pode ser pego, até pode ser julgado, mas dificilmente será punido a ponto de se
arrepender pelo que fez. A impunidade é o que estimula corrupção, ao desvio de
recursos, ao super-faturamento, não apenas no setor público, mas também no
privado. Também é a falta de penalizações duras que estimula o “jeitinho
brasileiro”, seja o “café do guarda”, o “gato-net”, o “fura-fila”, entre muitas
outras maneiras de levar vantagem sobre os outros menos favorecidos.
Para compensar todos esses desvios, de
recursos e de caráter, é que pagamos mais impostos, pagamos por produtos e
serviços mais caros do que em qualquer parte do mundo. Tudo isso gera prejuízo
à nação. Tudo isso aumenta o custo-Brasil. Tudo isso tira recursos dos serviços
públicos. Ninguém tem dúvida que somos um País rico. Agora só nos falta ser um
País do Bem! É contra isso que todos nós devemos lutar. Punindo quem faz mal,
teremos tudo que nos faz bem! Junte os amigos da sua rede
de relacionamentos em torno do que realmente vale a pena lutar!
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