25 de jun. de 2013

Você sabe contra o que está protestando ou está somente seguindo a multidão?

Poucos acreditavam que as manifestações populares durariam tanto tempo e tomariam as proporções alcançadas. Todos os dias, milhões de pessoas vão para as ruas marchar contra a corrupção, falta de segurança, baixa qualidade da saúde e da educação, entre diversos outros males que afligem a população brasileira por anos. Há de se ressaltar a importância das redes sociais na mobilização dessas multidões.

A exemplo do que ocorreu na revoluções no Egito, Líbia e outros países contra os regimes autoritários do Oriente Médio e do norte da África (ver texto http://network4sales.blogspot.com.br/2011/03/o-que-as-redes-sociais-tem-ver-com-os.html), as manifestações foram articuladas principalmente pelo Facebook, inicialmente em torno do Movimento Passe Livre, que pedia a revogação dos 0,20 centavos de aumento nas tarifas do transporte público em São Paulo. Logo elas tomaram o País e o mundo, graças à presença da imprensa internacional que cobre a Copa das Confederações.

Mas será que essas manifestações terão algum resultado prático? Além dos R$0,20, existe uma reinvindicação concreta da população? Contra quem essas pessoas estão se rebelando? Ao que parece, são muitos pedidos sem um objetivo claro, sem ter uma pessoa ou instituição para negociar. Muito se ouve nos protestos a frase “Não sei o que eu quero, mas sei o que eu não quero!”. Isso acontece porque várias pessoas estão nas ruas somente para acompanhar os amigos. Um indivíduo, usando as redes sociais, convida as pessoas próximas da sua rede de relacionamentos. Esses convidam outros e mais outros e todos combinam de se encontrar no mesmo local e hora para participar de um encontro de jovens eufóricos, como se fosse uma grande “rave”.

Estudos sobre o comportamento humano mostram que todas as pessoas têm um determinado nível de tolerância ou aderência aos movimentos coletivos. Por exemplo, se você vê uma pessoa correndo nua pela rua, vai pensar que ela está maluca. Se presenciar 100 pessoas protestando totalmente sem roupa, vai pensar no motivo que está levando esses indivíduos a essa condição. Talvez uma pessoa ao seu lado se sensibilize com esse ato de 100 manifestantes despidos e decida tirar a roupa e se juntar à multidão. Se outras 900 pessoas tiverem nesse mesmo nível de aderência, o protesto já vai ter mais de 1.000 “peladões e peladonas” nas vias públicas. Se esse for o seu nível de tolerância, você vai finalmente se despir e correr nú “pra galera”. 

O ponto positivo desses encontros é que esses jovens, que chegam nas manifestações sem maiores pretensões, acabam se contaminando com a energia positiva de quem está lá realmente com um propósito. Com isso, jovens que antes eram totalmente alienados, passam a ser um pouco mais politizado. Ainda assim, se você abraça uma causa única não significa que todos ao seu redor esteja em torno da mesma causa. No meio das passeatas existem pessoas partidárias do PT e dos programas sociais do Governo. Existem também pessoas totalmente contrárias ao partido da Presidente e às suas medidas populistas. Há manifestantes contra a qualidade do transporte público e há quem nunca tenha entrado em um ônibus. Tem gente que é contra a corrupção, mas vive se dando bem com o “jeitinho brasileiro”. Portanto, em termos práticos, não há como atender à todos os pedidos vindo das ruas. A satisfação de muitos representa a insatisfação de outros tantos.

Para que a população seja ouvida, todos devem se juntar contra a causa-raiz de todos os maus. A falta de qualidade do serviços públicos, seja eles na saúde, segurança, educação, transportes, em geral, ocorrem por falta de investimentos maciços por parte dos Governos Federal, Estadual e Municipal. A falta de investimento não acontece por falta de arrecadação e sim por má alocação de recursos. Se dinheiro há, o problema é onde ele vai parar. Chegamos então à corrupção, que é o desvio do dinheiro público em benefício de poucos que estão no comando. Já falamos muito sobre isso aqui no Network-4-Sales, como no textoSe a ocasião faz o ladrão, o que é preciso para fazer a corrupção?” (link http://network4sales.blogspot.com.br/2011/08/se-ocasiao-faz-o-ladrao-o-que-e-preciso.html)

Se essa verba fosse integralmente investida no setor público, com certeza teríamos melhor qualidade de atendimento. Mas não é essa a causa-raiz de todos os problemas que estão levando o povo a se rebelar. O “câncer” do Brasil é chamado IMPUNIDADE! Sim, a falta de punições exemplares a quem não cumpre as Leis é o maior de todos os problemas da nação! A falta de punição é que leva à falta de segurança, afinal quem comete o crime pode ser pego, até pode ser julgado, mas dificilmente será punido a ponto de se arrepender pelo que fez. A impunidade é o que estimula corrupção, ao desvio de recursos, ao super-faturamento, não apenas no setor público, mas também no privado. Também é a falta de penalizações duras que estimula o “jeitinho brasileiro”, seja o “café do guarda”, o “gato-net”, o “fura-fila”, entre muitas outras maneiras de levar vantagem sobre os outros menos favorecidos.


Para compensar todos esses desvios, de recursos e de caráter, é que pagamos mais impostos, pagamos por produtos e serviços mais caros do que em qualquer parte do mundo. Tudo isso gera prejuízo à nação. Tudo isso aumenta o custo-Brasil. Tudo isso tira recursos dos serviços públicos. Ninguém tem dúvida que somos um País rico. Agora só nos falta ser um País do Bem! É contra isso que todos nós devemos lutar. Punindo quem faz mal, teremos tudo que nos faz bem! Junte os amigos da sua rede de relacionamentos em torno do que realmente vale a pena lutar!

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