Imagine que você vive em uma cidade com cerca de meio
milhão de habitantes, onde quase a metade deles é nativa desse local, que foi
elevado à cidade há menos de 200 anos, ou seja, está ainda nas primeiras
gerações dessa população nativa. Esse grupo, nada modesto em tamanho, se
concentra em regiões específicas e por isso freqüentam as mesmas instituições
de ensino, clubes desportivos, restaurantes e eventos ao longo de toda uma
vida. Agora imagine que esse grupo vive em uma ilha, limitando ainda mais a
entrada de novos membros nesse seleto grupo.
Essa situação imaginária existe! Estamos falando de
Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina, uma das cidades mais
charmosas do Brasil. O que os milhares de turistas que visitam a "ilha da
magia" não sabem é que a população nativa é composta predominantemente por
funcionários públicos e comerciantes, muitos de descendência açoriana, que são
os responsáveis pela origem do sotaque característico da população florianopolitana.
Uma parcela crescente dos habitantes da Ilha de Santa Catarina já é de
"forasteiros" que vieram de outras partes do Brasil e do mundo para
tentar a sorte enquanto desfrutam de uma qualidade de vida invejável.
Para a metade nativa que vive dentro dessa sociedade, a
impressão que se tem é que o mundo é realmente uma ilha, onde todas as famílias
se conhecem por gerações, seus integrantes interagem constantemente desde muito
cedo e, como consequência, acabam se ajudando em oportunidades profissionais e
pessoais ao longo da vida, fazendo com que todos prosperem. Essa é,
basicamente, a mesma essência que faz com alguns judeus ocupem posições de
destaque nos cenários empresarial e econômico mundial, como já exploramos aqui
no Network-4-Sales.
Essa impressão de que o mundo inteiro é uma ilha não é
equivocada. Nas teorias de networking esses grupos são chamados de
micro-universos. Eles podem ocorrer em qualquer outra localidade do mundo, como
na minha cidade natal, Santos, no litoral paulista, que além de ser uma ilha,
também possui uma elite dominante à frente dos negócios locais. Mas não são
apenas nas ilhas que esse fenômeno ocorre. Os micro-universos podem se formar
em qualquer grupo fechado de pessoas, seja social, cultural, organizacional,
profissional, etc. A característica comum a todos esses grupos é que seus
integrantes são facilmente identificados e acessados por seus iguais.
Voltando ao micro-universo de Florianópolis, é possível
afirmar que qualquer nativo está no máximo a 3 graus de separação do cidadão
mais ilustre da capital catarinense, o tenista ex-número 1 do mundo, Gustavo
"Guga" Kuerten. Também nesse mundo banhado pelo Atlântico tive o
prazer de conhecer outro entusiasta do networking - o consultor comercial
Daniel Homem da Luz, que além de ser um hub dentro da elite Catarinense, também
faz parte do micro-universo de executivos de telecomunicações no Brasil. Por
conta disso, estávamos separados a apenas dois graus antes de nos conhecermos
pessoalmente. À propósito, agora estou à dois graus de separação do meu ídolo
Guga, que está dentro da rede de relacionamento do Daniel. :-)
Podemos demonstrar como vivemos em um mundo conectado
usando mais uma vez o Guga como ponto de referência. Parte da minha família
vive na mesma região da ilha onde Guga tem casa. Portanto, existem grandes
chances de eles terem vários amigos em comum. Em outras palavras, mesmo que
você não faça parte de nenhum micro-universo, você estará conectado a qualquer
outra pessoa do mundo, por mais de um caminho, no máximo a 6 graus de
separação. Mas se o seu mundo for do tamanho de uma ilha, suas relações serão
do tamanho do mundo!
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