27 de ago. de 2011

Como o networking pode ajudar pequenas empresas a enfrentar as corporações gigantes?

Pense em qualquer segmento de mercado. Agora pense nas três melhores empresas desse segmento. Sem dúvida você pensou nas maiores do ramo. Não é à toa que as maiores empresas normalmente são as melhores. O tamanho delas impõe respeito e admiração. Isso, por sua vez, atrai os melhores profissionais; as melhores cabeças. Por consequência vem a inovação, a diferenciação dos seus produtos e serviços. E tudo isso é que gera nos consumidores o desejo de se tornarem clientes dessas empresas.

Essa fórmula existe praticamente desde a Revolução Industrial e não deve mudar tão cedo. Os fortes ficam cada vez mais poderosos e os grandes cada vez maiores. Quando as empresas menores não são compradas pelas grandes rivais, acabam perdendo escala e competitividade até sair do mercado pela porta dos fundos. Em um mundo tão competitivo, é muito mais frequente ouvir histórias de Golias derrotando Davi do que o contrário. Um exemplo marcante recente foi a fusão entre o Grupo Pão de Açúcar e Ponto Frio e, posteriormente com a Casas Bahia.

Para reagir a esses movimentos, os concorrentes se apressam em buscar sócios e investidores que os mantenham na briga em condições de igualdade. Essa tem sido a estratégia utilizada no varejo brasileiro, por exemplo, pela Ricardo Eletro e Magazine Luiza. Essas grandes redes unem forças com o objetivo de ganhar massa crítica. Quanto mais lojas, maior poder de compra. Comprando mais, conseguem melhores condições comerciais. Melhores preços trazem mais competitividade e melhor lucratividade. E vendas sempre em alta fazem essa roda continuar girando.

Como esses gigantes oferecem uma grande variedade de produtos, sua chegada a um mercado praticamente aniquila, de uma só vez, vários tipos de comércios locais, tais como a mercearia, a padaria, o açougue, e até a loja de móveis. E como esses pequenos comerciantes podem sobreviver ao crescimento galopante dos “predadores” do mercado? A resposta está justamente no networking! Essa é a forma utilizada pelo VarejoInfo, grupo formado pelos proprietários de revendas especializadas em informática de várias regiões do País.


Com a entrada dos grandes varejos no mercado de informática, os fabricantes de hardwares e softwares passaram a privilegiar esses canais com melhores ofertas, preços diferenciados e políticas mais agressivas. Com isso, as revendas especializadas foram perdendo espaço e só não sairam definitivamente do mercado porque continuavam sendo atendidas por distribuidores. E foram justamente nos encontros promovidos por esses distribuidores que o networking entre os lojistas funcionou! Eles perceberam que sofriam com as mesmas preocupações e que, se não somam-se forças, todos teriam o mesmo final trágico. A amizade que surgiu entre esses empreendedores os levou a criar um grupo varejista para troca de experiências e informações para melhorar o desempenho de todos.


O grupo VarejoInfo, que se reúne desde Agosto de 2003, tem como critério que os associados não compitam entre eles. Por isso, cada uma das 12 redes varejistas integrantes atua em regiões geográficas distintas. Nesse ano as mais de100 lojas operadas pelos associados do VarejoInfo devem faturar juntas o equivalente a R$ 1 bilhão e empregam mais de 2.500 colaboradores. Mesmo atuando como empresas independentes, a tamanha expressão do grupo faz com que o VarejoInfo já figure entre os principais clientes dos maiores fornecedores de equipamentos de informática do País.

A exemplo do que aprendemos na infância nos contos “As Viagens de Gulliver”, os minúsculos habitantes do reino de Lilliput se unem para capturar Gulliver e depois se juntam ao gigante na busca pelo tesouro perdido na ilha deles. Casos de sucesso utilizando bem o networking mostram que é possível armar exércitos de pequenos e bravos empreendedores para enfrentar o avanço das grandes e poderosas corporações. É a união fazendo a força!

Um comentário:

  1. Los grande más grande y los pequños más pequeños!!
    A máxima parece irreversível, mas sempre aparece algum espevitado para romper, né. O próprio Ricardo começou como Ricardinho, né? E a Luiza, Luizinha! E a Microsoft começou bem soft e agora está mais hard que todas as outras. A palavra mágica é inovação. Talvez como essa verdadeira cooperativa que é A VArejoInfo, grande iniciativa, assim me parece...

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