27 de abr. de 2011

Você imagina como a tecnologia poderá aproximar as pessoas daqui a 20 anos?


Muito se discute sobre os efeitos das redes sociais e sobre o impacto da tecnologia no modo de vida das pessoas na atualidade. A tecnologia desenvolvida para aproximar as pessoas através de comunidades virtuais vem definitivamente mudando a maneira como nos relacionamos. Há apenas 20 anos, nossos amigos eram apenas aqueles com quem nos encontrávamos pessoalmente com certa regularidade. Eventualmente telefonávamos para as pessoas mais próximas para colocar o papo em dia. Os mais tradicionais ainda trocavam cartas para ter notícias daqueles mais distantes.

Hoje em dia basta acessar o perfil dos seus amigos de infância no Facebook para ficar atualizado, ver as fotos dos filhos, saber que lugares eles frequentam, para onde viajaram, etc. Se estiver conectado com os colegas de faculdade pelas redes profissionais, como o LinkedIn, vai saber por quais empresas eles passaram e que cursos fizeram desde quando vocês se formaram. O melhor ainda é que essas redes sociais permitem a comunicação, muitas vezes em tempo real, com esses colegas de longa data. Toda essa tecnologia tem ajudado muito a nos aproximar daqueles que gostamos. Mas, se você parar para pensar, elas pouco têm contribuído para nos conectar com aqueles que ainda não conhecemos e que compartilham de muitos pontos em comum conosco.

Certamente isso vai mudar com o tempo, à medida que a tecnologia for evoluindo e novas ferramentas forem sendo desenvolvidas. Mas como será que a tecnologia poderá aproximar as pessoas no futuro? Se a forma como nos relacionamos mudou tanto em 20 anos, como será que vamos interagir em mais duas décadas? A maioria dos analistas do mercado de tecnologia afirmam ser uma tendência natural as redes sociais migrarem cada vez mais para os dispositivos móveis, tais como smartphones e tablets. Mas daqui a 20 anos esses aparelhos já serão peças de museu, assim como as redes sociais, tão badaladas nos dias de hoje. Para que você tenha uma visão mais real sobre a evolução desse universo tecnológico, convido você para uma viagem para o ano de 2031. Relaxe e aproveite o clima de reflexão!

A última década foi marcada por muitas transformações. Depois de muitos problemas de vazamento de dados pessoais e informações sensitivas pelas comunidades virtuais entre os anos de 2015 e 2020, os líderes das maiores potências mundiais se uniram e aprovaram a criação do Conselho de Comunicação Virtual (CCV) comandado pela Organização das Nações Unidas. Uma das prioridades da CCV foi tirar o controle de todas as redes sociais das mãos de empresas privadas e iniciar o desenvolvimento da sua própria comunidade virtual. Para isso, foi preciso unificar todos os perfis ou logins já existentes. Em 2025 surgiu um banco de dados universal chamado MUD, acrônimo de Mobile Universal Database. Como o próprio nome já diz, é um banco de dados universal móvel. Ou seja, o seu número no MUD está associado ao seu dispositivo móvel. Pelo projeto coordenado pela ONU, todo cidadão no mundo recebe um número de identidade global registrado no MUD ao atingir a minoridade virtual, aos 5 anos de idade.

Em 2027, a ONU orgulhosamente apresentou para o mundo a nova rede social desenvolvida pelo Conselho de Comunicação Virtual - a CORN, sigla em inglês para Centralized Organization for Relationship Network, ou em português Organização Centralizada para Redes de Relacionamento. A CCV estabelece que uma criança pode acessar a CORN, bem como qualquer outro conteúdo na Internet, com seu número MUD através do seu dispositivo móvel. Entretanto, a CCS controla que tipo de conteúdo será acessado até que completem a maioridade virtual, ou seja, aos 11 anos de idade.

Em meados de 2028 finalmente a ONU apresentou o vencedor do concurso que definiu o novo padrão mundial de dispositivos móveis. Um grupo formado pelos cinco maiores fabricantes dessa categoria desenvolveu um gadget eletrônico pequeno como um broche, bonito e leve como uma jóia, portátil como um relógio, e com mais recursos e mais poderoso que um computador. O nome escolhido para esse novo dispositivo foi PIG, outro acrônimo em inglês para Personal Identification Gadget. O PIG é conectado à Internet 5.0 de altíssima velocidade e sem fio, disponível em qualquer parte do planeta. O acesso é feito pelas redes das três operadoras globais de comunicação móvel por um custo irrisório, subsidiado pelos criadores do PIG. O novo dispositivo passou a ser produzido em massa no final de 2029 em vários países da África Central, novo polo industrial e logístico mundial.

No início de 2030 a figura finalmente está completa! Todo indivíduo na face da Terra com mais de 5 anos de idade possui o seu dispositivo móvel PIG com um número de identificação universal MUD e assim poderá acessar o CORN de qualquer lugar a qualquer hora. Mas como esse novo ambiente está influenciando a forma como nos conectamos? Como essas novas tecnologias têm mudado a forma como nos relacionamos? Vamos começar do começo.

Quando uma criança completa 5 anos de idade, os padrinhos organizam uma grande celebração e presenteiam seu afilhado com o seu primeiro PIG. O dispositivo vem carregado com todo o histórico daquela criança, desde as notas da escola até as informações do DNA. O aparelho também traz toda a árvore geneológica até a sua terceira geração e com todos os dados desses familiares, onde eles nasceram, viveram, estiveram e, principalmente, com quem se relacionaram durante toda a sua vida. Então, todos os parentes que estão carregados naquele PIG já estão automaticamente conectados a essa criança pela comunidade virtual CORN. Graças à tecnologia do PIG e à integração com o CORN, todos passos são acompanhados de perto por seus pais, padrinhos e quem mais esses permitirem o acesso ao MUD daquela criança.

Já na fase adulta, à medida que você vai fazendo novos contatos, seus números MUD são adicionados à rede CORN com apenas um toque no PIG. E a cada nova adição, o banco de dados do MUD já carrega o PIG com todas as preferências e histórico dessa pessoa. Com isso, é possível saber, já na hora da conexão, quantos e quais pontos vocês dois têm em comum. Mas um dos melhores recursos do PIG é chamado de Captive, que é a captura ativa do MUD de todas as pessoas que estão até 100 metros ao seu redor. Com esse recurso ativado, as preferências das pessoas nas proximidades são capturadas automaticamente.

Para você entender melhor o funcionamento, vou contar o que aconteceu comigo mês passado, em Março de 2031. Fui na festa de casamento do meu sobrinho em Florianópolis/SC. O meu PIG mostrou o grau de relacionamento de todos convidados e quem são os nossos amigos em comum. Como a velocidade de processamento do PIG é bem elevada e ele está conectado em tempo integral ao MUD, o meu gadget também mostrou os interesses em comum de todos os presentes. Além disso, o PIG armazenou os perfis do CORN de todos que entraram no meu campo de cobertura. Na semana passada, encontrei uma dessas pessoas na sala de espera do aeroporto em São Paulo e ontem em uma reunião de negócios em Recife/PE. Na hora que chegamos perto, o PIG me avisou que estivemos juntos naquela festa e me passou os pontos de interesse ou de contatos em comum para facilitar nossa aproximação.

Gostaram da viagem? Vamos voltar aos dias de hoje. Elevando exponencialmente a realidade aqui apresentada, é fácil concluir que o mundo daqui a duas décadas será ainda mais conectado e que estaremos muito mais próximos uns dos outros, seja em que parte do planeta estejamos. Não seria demais?!?! Eu, como entusiasta do networking e amante de tecnologia, ficaria muito feliz com esse novo mundo virtual. Tão feliz como um porco deitado na lama comendo um milho delicioso (ou em inglês, "As happy as a PIG laid down on the MUD eating a delicious CORN")!

11 de abr. de 2011

Quanto seu networking pode ser útil em uma nova fase profissional?


Alguma vez você já mudou de função na empresa? Trocou de departamento? Já teve a oportunidade de mudar de emprego? Foi para outra empresa do mesmo segmento? Ou foi para um mercado totalmente distinto?

Se você já passou por uma ou mais mudanças na sua carreira, sabe exatamente qual é a importância das pessoas com que você conviveu até então na sua nova fase profissional. Seu networking é fundamental para acelerar o processo de aprendizagem de sua nova função; para melhorar sua aceitação em um novo departamento; para abrir as portas em uma nova empresa; para encurtar caminhos em um segmento desconhecido; e até para ter suporte em uma nova empreitada.

É fato que você é quem você conhece! Ou seja, sua rede de relacionamento é a chave para o sucesso em qualquer etapa da sua vida profissional, tanto faz se você acabou de ser efetivado ao final do estágio ou se está assumindo a presidência de uma multinacional. Mas será que a importância da sua rede de contatos é a mesma, independente do nível de mudança que você promove na sua carreira? Vamos analisar alguns casos para responder essa pergunta.

Quando você trabalha em uma grande empresa, tem sempre a chance de se aplicar para uma vaga em outra área, departamento ou divisão. As empresas até estimulam esse tipo de movimento interno para motivar seus funcionários a continuarem se desenvolvendo profissionalmente. Eu já passei por isso três vezes na minha carreira. Em duas ocasiões, saí de uma área técnica para área comercial dentro da mesma empresa. No meu caso, meus contatos serviram muito para facilitar a aprendizagem e para me ajudar a abrir novas portas. Mas a mudança em si não serviu muito para ampliar minha rede de relacionamentos.

A experiência de mudar de emprego para uma empresa do mesmo ramo, por exemplo um concorrente ou um antigo cliente, é mais enriquecedora para o networking. Nessa situação você já conhece algumas poucas pessoas que te ajudarão na fase de integração, mas de resto tudo é novo. Todos os seus novos colegas de trabalho, seus novos clientes e parceiros são desconhecidos e orbitam em um outro universo. Essa nova rede de relacionamentos te trará inúmeras oportunidades inexploradas. Além de aprender uma nova cultura, você também conhecerá outras realidades. Logo você concluirá que existe vida fora da sua primeira empresa!

Outra situação não tão comum é a mudança de segmento. Eu tive a felicidade de fazer esse movimento três vezes dentro do segmento de tecnologia. Posso afirmar que é a melhor experiência profissional que se pode ter em relação ao aproveitamento do seu networking. Tudo é novidade! Produtos, cultura, políticas, e principalmente as pessoas com que você vai se relacionar. É um aprendizado diário e constante. Apesar de ser uma das decisões mais difíceis de se tomar profissionalmente falando, mudar de segmento traz muito mais vantagens que dificuldades. Vale a pena!

Mais corajosos ainda são os profissionais que decidem dar uma guinada na carreira e mudam radicalmente de mercado. Conheço alguns amigos que saíram do segmento de tecnologia para o mercado imobiliário, de alimentos & bebidas ou para o mercado de papel & celulose. Certamente esse movimento é o mais arriscado, e consequentemente é o que traz o melhor retorno quando se dá certo. Como diz o ditado "em terra de cego, quem tem um olho é rei!". Em outras palavras, executivos com bagagem em mercados altamente competitivos normalmente têm desempenho acima da média em comparação a profissionais em mercados mais tradicionais.  

Apesar de todos os benefícios, mudar de mercado não é a melhor opção quando se trata do aproveitamento do seu networking. Estar tão distante do mercado que você "nasceu e foi criado" não permite nenhuma sinergia com as pessoas que pertencem à sua rede de contatos até então. É dizer que você começará tudo do zero. Mas também é possível afirmar que, uma vez que você esteja bem estabelecido no novo mercado, terá um networking invejável!

Concluindo, toda mudança profissional é sempre bem-vinda e deve ser encorajada. Como disse certa vez o ex-Presidente americano Bill Clinton - "O preço por fazer a mesma coisa sempre é muito mais alto do que o preço da mudança".  Pense nisso quando estiver considerando seu próximo movimento profissional!